100 anos! 100 anos é tempo para dar e vender. Neste tempo pessoas nascem e morrem, empresas abrem e vão à falência, instituições surgem e deixam de existir, mas este não é o caso do Bayeux. A Escola Técnica Professor Armando Bayeux da Silva comemora em 2020 o seu primeiro centenário e, dentro destas comemorações, a Etec olha para frente, já visando a mais 100 anos de atividade em Rio Claro, mas sem deixar de reconhecer todas as contribuições de peso que já ofereceu para a sociedade rio-clarense.

“A escola está fazendo 100 anos, ela vem nessa diretriz técnica e profissionalizante desde a sua fundação, e acredito que a qualificação técnica hoje em dia é primordial para qualquer pessoa. Aqueles que fazem a escola técnica já saem com aquele algo a mais, aquele diferencial, e isso contribui para o mercado de trabalho ou até mesmo para que o aluno faça uma faculdade na área posteriormente. Então enxergo o papel do Bayeux para a sociedade como muito importante, temos milhares de pessoas que passaram por aqui e hoje estão no mercado de trabalho, dando um retorno para a população”, analisa o diretor do Bayeux, Jeferson Antonio Alves.

A contribuição é tanta que mesmo profissionais que se formaram há anos na instituição ainda procuram Jeferson e outros professores do Bayeux para conversar sobre a diferença que o ensino técnico fez em suas vidas. “Encontramos ex-alunos aqui pela cidade o tempo todo, e inclusive fora de Rio Claro, que nos contam sobre suas carreiras, falando que estão felizes, que conseguiram se dar bem, e todos eles agradecendo e reconhecendo o trabalho que é feito na escola. Muitos professores aqui são alunos que voltaram ao Bayeux como forma de retribuir aquilo que a Etec proporcionou a eles. É realmente muito gratificante a gente perceber esse reconhecimento”, comenta o diretor.

Mesmo com tanto reconhecimento pela contribuição do Bayeux para a cidade de Rio Claro, os responsáveis pela Etec em nosso município não se deixam iludir ou se acomodar, portanto seguem trabalhando arduamente para continuar evoluindo com os trabalhos e atendendo à população. “No nosso caso dependemos muito das diretrizes passadas pelo Estado através do Centro Paula Souza, mantenedora da Etec, mas sem dúvida nenhuma que estamos sempre olhando para frente, buscando manter uma estrutura muito boa que já temos e analisando todos aqueles pontos em que devemos evoluir. Sempre mantemos contatos com o Paula Souza para seguirmos sendo contemplados com aquilo de que precisamos”, explica Jeferson.

A perspectiva de futuro da instituição motivou a criação da “Comissão do Centenário do Bayeux” que, além de trabalhar para homenagear os 100 anos de atividades da Etec em Rio Claro, discute melhorias a serem implantadas na escola, tanto na metodologia, quanto na questão estrutural. Ricardo Barbosa de Castro, coordenador do Ensino Médio e do Ensino Técnico Integrado ao Médio, é um dos responsáveis pela organização da comissão, que envolve professores, ex-alunos e alunos, e acredita na importância de olhar para o passado para organizar o presente e o futuro.

“É uma proposta que já vem sendo discutida há uns quatro anos. A comissão é composta por vários professores, vários ex-alunos e nós buscamos alinhar diversas situações. Em um primeiro momento focamos na parte histórica, relembrando o passado e homenageando todos que contribuíram para o crescimento do Bayeux. Após isso passamos a olhar para o futuro, já almejando o próximo centenário e elencando algumas prioridades do que a escola necessita. Formamos esta comissão para trabalharmos pela escola do passado, do presente e do futuro”, comenta Ricardo, que ainda destacou alguns pontos que encabeçam os trabalhos do grupo: “Nossas prioridades para hoje são algumas reformas estruturais, como por exemplo a cobertura da quadra, para trazer benefícios para os alunos, e algumas outras reformas em instalações, laboratórios, etc. Para tudo isso o custo é caro, é óbvio que tudo que vem do Centro Paula Souza ajuda demais, mas temos também que nos movimentar para conseguirmos algo que venha de dentro em contrapartida e que contribua para tudo isso que a gente deseja fazer”.

É assim, com o olhar para trás e a mentalidade voltada para frente, que o Bayeux quer crescer cada vez mais e proporcionar o melhor Ensino Técnico para a comunidade rio-clarense e se perpetuar por muito mais que 100 anos.

Passado, presente e futuro. Jeferson e Ricardo representam o centenário que se encerra e também o que se inicia em 2020

A ETEC EM RIO CLARO HOJE

Cursos: Administração; Administração Integrada ao Ensino Médio; Contabilidade; Desenvolvimento de Sistemas; Desenvolvimento de Sistemas Integrado ao Ensino Médio; Eletroeletrônica; Eletromecânica; Enfermagem; Ensino Médio; Logística; Mecânica e Recursos Humanos.

Alunos: cerca de 1.200

Endereço: Avenida 5, entre ruas 5 e 6, nº 445,  Centro

HISTÓRIA DO BAYEUX

A Escola Técnica Estadual Professor Armando Bayeux da Silva iniciou suas atividades em setembro de 1920 com a designação de Escola Profissional Masculina de Rio Claro. Em 1943, atendendo à legislação nacional promulgada em 1942 (Lei Orgânica do Ensino Industrial – Decreto Lei 4.073/42), organizou-se como escola industrial (ensino profissional secundário de primeiro ciclo) e passou a ser designada Escola Industrial de Rio Claro. Em 1961, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 4.024/61), organizou-se como Ginásio Industrial. Nessa época, adotou como patrono o professor Armando Bayeux da Silva, que fora o primeiro diretor da instituição. Em 1971, com a promulgação da Lei 5.692/71, que reformou o ensino primário e médio, criando o primeiro e o segundo graus e obrigando a profissionalização deste último, a instituição organizou-se como escola técnica de segundo grau. Da fundação até 1991, a escola permaneceu vinculada administrativamente à Secretaria da Educação. Em 1992 iniciou-se um processo de mudança administrativa que resultou na incorporação da instituição, em 1994, ao Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza.

Escolha pelo ensino técnico influencia no sucesso

Conheça a história de uma ex-aluna do Bayeux que hoje coordena o Samu a nível regional

Comandar uma grande equipe com qualidade é um trabalho que exige, além de muita dedicação, uma excelente qualificação técnica. Sem alinhar estes dois fatores, fica bastante difícil exercer tal função.

Silveli Pazetto é enfermeira e atualmente atua como coordenadora-geral do Samu regional e leva as características citadas como pontos fortes em sua carreira. Características estas que fizeram Silveli chegar a um lugar de destaque em sua profissão.

“Hoje em dia, como coordenadora do Samu, eu atuo mais no setor da administração, comandando a equipe, ministrando treinamentos e exercendo outras funções administrativas. Atualmente é difícil eu sair para a rua em ocorrências, mas já fiz muito isso e tanto na questão prática, quanto na administrativa eu sempre trouxe muito do que aprendi no curso técnico para dentro da minha carreira”, relata a enfermeira, comentando sobre o seu cotidiano na base do Samu em Rio Claro.

Boa parte da qualificação de Silveli para exercer a função em que está hoje em dia foi adquirida por meio do ensino técnico, mais especificamente na Etec Bayeux. Isso, segundo a própria coordenadora do Samu, foi um dos fatores determinantes no desenvolvimento de toda a sua carreira.

“Eu era auxiliar de enfermagem e, em certo momento, eu senti que precisava de um curso técnico para aprimorar as minhas qualidades e alcançar lugares mais importantes dentro da minha carreira. Esta qualificação técnica me ajudou extremamente, me ajudou a crescer. Eu tenho 20 anos dentro da enfermagem e a maior parte da minha carreira foi como técnica de enfermagem”, conta a coordenadora do Samu.

O curso que Silveli fez no Bayeux foi o de Técnico de Enfermagem, que tem a duração de um ano e meio. A atual coordenadora do Samu regional completou o ensino técnico em 2001 e, desde aquela época, sentiu a diferença que a escolha proporcionou a sua carreira: “Eu já procurei o Bayeux por saber da ótima qualidade do curso e foi algo que profissionalmente me ajudou muito. Contribuiu com experiência, com a parte de educação, com tudo. Até hoje eu colho frutos disso”.

A relação de Silveli com a Etec de Rio Claro é tão marcante que, quase 20 anos após ter se formado, ela ainda mantém laços no Bayeux, além do reconhecimento pela contribuição da instituição no desenvolvimento de sua carreira: “Hoje em dia eu volto sempre ao Bayeux para dar palestras, para conversar com os alunos e eu sempre tento mostrar para estes alunos que eles têm um futuro muito bom estando lá, pois é algo muito importante”.

Após o curso técnico, Silveli ainda fez faculdade de enfermagem, mas isso não muda em nada o reconhecimento que a enfermeira tem pela opção feita por ela ainda no início de sua carreira. “Eu sou enfermeira, mas eu nunca esqueço que sou técnica de enfermagem e sempre deixo isso claro quando converso com as pessoas. E ser técnica de enfermagem me ajuda demais até hoje para exercer qualquer função dentro da profissão”, explica Silveli Pazetto.

Silveli considera o aprendizado na Etec tão importante para a sua vida que garante que, mesmo que pudesse voltar no tempo, não deixaria de fazer o curso técnico de enfermagem, o qual ela recomenda para todos que almejam estar em algum cargo de destaque na profissão: “Eu sou da opinião de que todo enfermeiro deveria ser também técnico, porque isso faz toda diferença na carreira”.

Repassando os 20 anos de carreira dentro da enfermagem, Silveli não demonstra arrependimento de suas escolhas, muito menos de ter optado por ter feito curso técnico no Bayeux: “Eu não chegaria onde estou hoje sem o ensino técnico. Quando fiquei sabendo dessa entrevista, eu já comecei a pensar em toda a carreira, relembrar tudo, fazer uma retrospectiva. Olhando para tudo isso, vendo o quanto me esforcei, o quanto estudei, o que foi de extrema importância. Se eu me tornei uma boa profissional, muito se deve ao ensino técnico. A qualificação técnica é diferente, profissionalmente a nossa visão muda. Não tem como não fazer”.

Da Etec para a Alesp

Um dos grandes nomes da comunidade rio-clarense, o ex-deputado estadual Aldo Demarchi também teve uma formação técnica no Bayeux (à época Escola Industrial) e, posteriormente, levou o Ensino Técnico como bandeira em toda a sua carreira na política.

“Ao longo dos meus seis mandatos na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), procurei sempre dedicar especial atenção ao ensino técnico, segmento da educação que prepara o cidadão para o trabalho e contribui para a geração de riquezas. Não fiz isso por conveniência política ou para tentar angariar a simpatia de uma parcela do eleitorado. Empunhei essa bandeira por um motivo muito simples: toda minha vida profissional teve início na formação técnica, começando pela nossa querida Escola Industrial, hoje denominada Prof. Armando Bayeux da Silva, onde aprendi mecânica. Na sequência, fui para São Paulo, ingressei na tradicional Etec Getúlio Vargas e conquistei um diploma de especialização em máquinas e motores” – Aldo Demarchi, ex-deputado estadual.

Aldo Demarchi na Escola Industrial de Rio Claro na década de 60

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