Matheus Pezzotti
No último domingo (2), um dos jogos de volta das oitavas de final do Campeonato Amador foi marcado por agressões a um dos assistentes de arbitragem no Estádio Municipal Dr. Augusto Schmidt Filho.
De acordo com o presidente da Liga Municipal de Futebol (LMF), Moacir Montezel Júnior, que teve acesso aos relatos do fiscal da partida e da súmula, aos 42 minutos do primeiro tempo, o CA Juventus marcou seu segundo gol contra a AA Ribeirão Claro, resultado que classificaria o time grená para as quartas de final, já que o primeiro jogo foi 2 a 1 para o time do Ribeirão Claro.
Mas, logo após o gol, dois jogadores do Ribeirão Claro partiram para cima de um dos assistentes e o agrediram com chutes e socos. Sem condições de prosseguir, a partida foi interrompida. Por ser de Piracicaba, o auxiliar registrou Boletim de Ocorrência em sua cidade.
“Vou aguardar o parecer da Federação Paulista. Pedi uma análise do caso para não prejudicar ninguém ou que ninguém insinue que a Liga está favorecendo algum time. Conversei com os times classificados para definir horários e locais dos jogos de ida das quartas de final. Estou trabalhando em cima da rodada normalmente, o campeonato não foi suspenso. Estamos analisando este caso no máximo até quarta-feira e vou esperar uma posição concreta para definir”, afirma o presidente da LMF, acrescentando que o fato de ser Dia dos Pais no próximo domingo não vai interferir na realização dos jogos.
Ainda de acordo com Moacir, foi chamada a intervenção policial e a ROCAM compareceu para apaziguar a situação.
“A gente faz um documento com informações dos jogos, com horários e locais e protocolamos na Guarda Civil para que, caso aconteça algo que precise de um apoio, eles saibam onde estão sendo realizados os jogos. Mas, se chegar ao ponto de achar que o futebol amador tem que ter policiamento todo jogo, simplesmente tem que parar”, acrescenta.
Um dos dirigentes da LMF, que pediu para não ser identificado, diz que, se a Liga Municipal pagar o policiamento para todos os jogos, não sobra verba para realizar o campeonato, dentro do montante destinado à entidade vindo da subvenção da prefeitura que gira em torno de R$ 120 mil por ano.
Já de acordo com o comandante da Guarda Civil, Wladimir Walter, a Guarda Civil não dispõe de pessoas e equipamentos qualificados para a função.
“Eu colocava a Guarda Civil como colaboração, mas me disseram que estavam indo nos jogos apenas para proteger a arbitragem e fiscais. Estavam indo sem equipamentos adequados, como escudo de proteção. A Guarda Municipal é do município, recebe salário e isso faz parte do trabalho, mas pesa na questão da falta de equipamento e cursos voltados a jogos de futebol. Com isso, há grande chance da ação ser ineficaz e o número de feridos ser maior. Estamos analisando a situação com o secretário [de segurança, José Gustavo Viégas Carneiro], mas ainda não tem um parecer de uma previsão sobre estas melhorias”, afirma.