O prefeito João Teixeira Junior, o Juninho da Padaria, cobrou terça-feira (21) em Brasília maior participação financeira dos governos federal e estadual nos serviços públicos que os municípios realizam. Juninho se manifestou durante debate entre o movimento municipalista e o Tribunal de Contas da União (TCU), se referindo especificamente ao setor de saúde.
“Rio Claro tem duas UPAs, uma no Bairro do Estádio e outra no Cervezão, com investimentos mensais que ultrapassam os R$ 3 milhões, mas o governo federal participa com apensa R$ 300 mil, ou seja, menos de 10% do valor total”, comparou Juninho.
Com atendimento médio de 500 pessoas por dia, a UPA do Bairro do Estádio está entre as unidades de saúde mais procuradas pela comunidade. “É também uma das mais caras para sua manutenção, com investimento mensal de R$ 1,5 milhão”, informa o secretário municipal de Saúde, Djair Francisco. Já a UPA do Cervezão ainda não foi habilitada pelo governo federal.
“Precisamos muito que estado e União nos ajudem, pois as demandas são cada vez maiores e os custos de manutenção são, na maioria, arcados pelas prefeituras”, afirmou o prefeito de Rio Claro, que esteve acompanhado do vereador Rogério Guedes, do secretário Djair e do chefe de gabinete Ricardo Naitzke.
Primeiro a falar, o ministro do TCU, Augusto Nardes, agradeceu a presença dos prefeitos e reforçou a importância de se trabalhar a governança. “Tenho trabalhado fortemente em torno de uma tese de governança no Brasil. Houve falta de planejamento o se passar a responsabilidade para os Municípios. E eles têm uma série de exigências que não conseguem cumprir. A responsabilidade está posta não somente em relação às UPAs, mas também a creches”, disse.
Já o ministro da saúde, Ricardo Barros, destacou que o ministério pretende dar suporte aos municípios, diante dessa delicada situação. “Estamos dispostos a cooperar no que for necessário, vamos nos livrar das amarras burocráticas”, defendeu.
O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, chamou a atenção dos componentes da mesa para a insustentável situação das UPAs. “Quem está pagando o pato é o município onde está a UPA”, alertou.