Foi a júri popular, nessa quinta-feira (23), o réu D.G.O., que no dia 18 de dezembro de 2019 tentou matar a ex-namorada e o filho dela que na época tinha 16 anos de idade. O fato se deu na SP-191 (Rodovia Wilson Finardi), que liga Rio Claro a Ipeúna, e deixou as vítimas em estado grave e com sequelas até hoje.
O julgamento teve início às 9 da manhã no Fórum de Rio Claro e terminou por volta das 21 horas com o réu sendo condenado a 29 anos e três meses de prisão por três tentativas de homicídio (contra a ex-namorada, o filho dela e o motorista de um caminhão que passava pelo local no momento). Não cabe ao réu nenhum tipo de recurso diante de qualificadoras como ‘motivo torpe’ e ‘que dificultou a defesa das vítimas’.
“Pela forma que os fatos se deram, essa condenação teria que ser mais de 40 anos de prisão, mas acredito que uma resposta foi dada para as vítimas por todo o mal que sofreram”, afirmou o advogado Moita, que atuou no plenário como assistente de acusação.
“O bem venceu o mal. Acredito que agora eu consiga junto do meu filho seguir de uma maneira mais leve a vida com essa condenação. Ficam as marcas, porém a justiça foi feita”, afirmou a vítima.
Relembre o caso
Dependente químico, D.G.O. tinha pedido que a ex-namorada o levasse até uma clínica de reabilitação. Sem desconfiar do que poderia acontecer, a mulher juntamente com o filho deu uma carona para ele. No caminho o réu pediu para reatar o relacionamento, fato que foi negado. Diante disso, ele deu início a uma discussão no veículo e começou a agredir a mulher. O filho tentou defender a mãe, mas sem sucesso. Em determinado momento, o criminoso assumiu a direção do veículo e o jogou conta uma defensa metálica, atingindo um caminhão antes. Com o impacto, o veículo caiu em uma ribanceira e as duas vítimas ficaram presas nas ferragens. Já com o autor nada aconteceu. Ele saiu do carro e fugiu do local.
Uma verdadeira força-tarefa liderada por bombeiros, com o apoio do Samu, Polícia Rodoviária e concessionária que administra o trecho, foi realizada no local para socorrer mãe e filho, que corriam risco de morte. O caso do filho foi considerado mais grave e marcou na época o comandante do Corpo de Bombeiros de Rio Claro, o capitão Fabio Giovani: “Uma das cenas mais impressionantes que já vi. O menino estava muito ferido”.