Favari Filho
Outros quatro líderes políticos da Cidade Azul participam neste domingo (1º) da série de reportagens sobre as Eleições/2016. Depois de aprovada pela Câmara dos Deputados e sancionada [com alguns vetos] por Dilma Rousseff, a minirreforma política – na qual constam mudanças nos quesitos: doação de empresas, limites para doações, tempo de campanha, propaganda eleitoral, gasto nas campanhas, doação de pessoas físicas, filiação, voto impresso, cabos eleitorais, tipo de propaganda, participação feminina e prestação de contas – deixou de fora o quesito COLIGAÇÕES.
As alianças da maneira como acontecem atualmente tiveram início em meados dos anos 1990, quando foram permitidas as coligações amplas. Naquele momento, os partidos iniciaram o processo de esfarelamento das ideologias; ali, começaram a ser juntados cré com lé e lé com cré. Para saber como andam os possíveis acordos e o que pensam sobre as coligações, o Jornal Cidade ouviu Aldo Demarchi (DEM), João Vieira (PMDB), João Walter (PSDB) e Mário Zaia (SD).
[box] Aldo Demarchi – DEM
Sobre as novidades, informou que ainda não foram estabelecidas as legendas que devem participar de uma eventual coligação no próximo pleito, “até porque ainda é muito cedo para tal definição. Posso adiantar, porém, que existe um grupo estruturado que se reúne com frequência para discussão do atual quadro político”.
“As coligações são importantes, pois ninguém pode ser arrogante a ponto de imaginar que sozinho um partido ou candidato chega a algum lugar”, definiu o deputado. “Os acordos, no entanto, precisam ser firmados em torno de projetos e programas de governo, ao contrário do que acontece atualmente, quando a maioria das alianças privilegia o loteamento de cargos”.
Para o futuro, projetou: “A exemplo de quase toda a população, estamos cansados de promessas, balões de ensaio e pirotecnia em torno de ações e obras que nunca se concretizam. Nosso principal compromisso é com a implantação de um modelo enxuto e eficiente de gestão, que valorize o servidor público de carreira”.
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[box] João Vieira – PMDB
Quanto aos partidos que caminham junto com o PMDB lembrou que, historicamente, “nosso grupo se adaptou as conjunturas existentes; em cada processo eleitoral há mudanças de parceiros de projeto. Atualmente, a Frente Progressista conta com PMDB, PT, PCdoB, PR, PP, PSD, PSC, PDT e PRP”.
Sobre as coligações, Vieira defendeu que a reforma política deveria ter resumido os partidos políticos no País, contudo como não aconteceu “as coligações partidárias acabam sendo consequências necessárias; acredito que cooperam com a governabilidade pelo aspecto que proporcionam homogeneização de ideias e concretização de projetos democráticos”.
Para o futuro, caso a agremiação vença as eleições municipais, Vieira revelou que os munícipes podem esperar a “manutenção de governo progressista centrado nos quatro princípios: a democracia participativa, o desenvolvimento sustentável, a excelência no serviço público e transparência de governo”.
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[box] João Walter – PSDB
Com relação às siglas que podem caminhar junto com o PSDB, Walter esclareceu: “Em termos de propostas, DEM e PTB apresentam mais afinidades dos que divergências; já as novidades dependem da maior ou menor capacidade de convergência para os pontos em comum, bem como da disposição de colocar Rio Claro acima de interesses pessoais ou de grupos”.
Sobre as coligações advertiu: “O PSDB terá uma chapa completa de candidatos a vereador; no atual modelo eleitoral as coligações ajudam, porém desde que não sejam estabelecidas como um balcão de negócios na base do vergonhoso toma lá da cá, gerando um ciclo vicioso de corrupção e desperdício de dinheiro público”.
Caso o PSDB saia à frente no pleito de 2016, o tucano projetou que “a mudança e renovação será para valer! Mais do que afastar PT e PMDB do poder, Rio Claro precisa de um governo de ruptura do atual modelo de gestão ineficiente e perverso que, apesar da alternância partidária e de nomes, castiga a população há anos”.
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[box] Mário Zaia – SD
O presidente do SD, que conta com boa parte dos dirigentes advindos do movimento sindical brasileiro e que nasceu alinhado às bandeiras trabalhistas e dos movimentos sociais, também salientou que nunca, durante toda a sua vida política em Rio Claro, fez qualquer aliança. “Sempre concorri com um único partido.”
Zaia disser crer que as coligações prejudicam a governabilidade. “Acredito ser prejudicial porque parte das pessoas que se submetem estão querendo apenas um emprego e, com a prefeitura enfrentando tamanha crise, diria que pior até que a de Brasília, não tem cabimento inchar a máquina.”
De acordo com o político, caso vença as Eleições/2016, o cidadão rio-clarense pode esperar “o melhor para a cidade, pois estamos prontos para acabar com a malandragem e a corrupção e imbuídos com a vontade de reconquistar a credibilidade do povo e mudar a política de Rio Claro, porque política é sinônimo de servir e não de se servir”.
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