Eclipse lunar ocorre hoje e grupo da Unesp faz convite para observação em Rio Claro

O mais longo eclipse lunar do século 21 poderá ser observado nesta sexta-feira (27), na maior parte do Brasil. Quem quiser contemplar o fenômeno precisará prestar atenção aos horários, porque o eclipse total já terá passado da metade da duração quando a Lua cheia surgir no céu brasileiro.

Para quem está em Rio Claro e tem interesse em acompanhar o eclipse, a Escola dos Astros, Projeto de Extensão da Unesp coordenado pelo Prof. Nelson Callegari, fará uma observação astronômica pública na Pista Saúde, no aeroclube, próximo ao Boulevard, à partir das 17h30. Para mais detalhes, é possível entrar em contato com o grupo através da página do Facebook: https://www.facebook.com/Escola-dos-Astros-347938322009284/

Fenômeno

O eclipse total – quando a Lua cheia está completamente encoberta pela sombra da Terra e aparece avermelhada – terá duração de 1h43, mas não será possível observá-lo por todo esse tempo no País. A parte mais impressionante do fenômeno ocorrerá das 16h30, quando a Lua ainda estará abaixo da linha do horizonte, até as 18h13. Em São Paulo, a previsão é de céu com pouca nebulosidade.

“Por causa do horário, a Lua eclipsada não terá tanto contraste com o fundo do céu, por causa da claridade do crepúsculo”, afirma Paulo Bretones, professor do Departamento de Metodologia de Ensino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Os eclipses lunares, diz, só acontecem na fase cheia da Lua, quando ela penetra na sombra em forma de cone que a Terra projeta no espaço.

“Imagine que o Sol está no centro de uma mesa, com a Terra girando em torno dele nesse mesmo plano. A Lua também está girando em torno da Terra, mas o plano de sua órbita é inclinado um pouco mais de 5 graus em relação à face da mesa. Embora a Terra projete sempre a sua sombra não a percebemos porque geralmente a Lua passa acima ou abaixo dela”, explica Bretones. “Assim, quando a Lua cruza o plano da órbita da Terra e, além disso, o Sol, a Lua e a Terra ficam alinhados, ocorre um eclipse lunar.”

Ao passar entre o Sol e a Lua, a Terra produz uma sombra escura sobre o disco lunar – a umbra – e a penumbra, que é uma região cinzenta. Só quando a Lua está completamente mergulhada na umbra se considera que há um eclipse total em curso. O eclipse parcial ocorre quando só uma parte da Lua está na umbra. E o eclipse penumbral acontece quando só se vê a Lua coberta pela penumbra.

“É a umbra que dá o efeito de beleza ao fenômeno, pois a penumbra na maioria das vezes é imperceptível”, diz o professor da UFSCar. O eclipse total será visto na parte leste do Brasil, enquanto a parte oeste só verá o eclipse parcial ou penumbral.

‘Lua de sangue’

Quando estiver totalmente imersa na umbra, a Lua não ficará invisível, mas deverá ganhará uma cor de cobre, avermelhada, “de sangue”. Isso ocorre porque, embora a sombra da Terra não deixe que os raios de Sol cheguem diretamente à Lua, ela é atingida por raios que são refratados pela atmosfera terrestre.

“Os componentes da luz branca que produzem as cores vermelha e laranja se espalham mais pela atmosfera, cobrindo o céu com essas cores semelhantes às que vemos no alvorecer e no crepúsculo. A refração transforma as cores em sombra, por isso a Lua fica avermelhada.”

Estadão Conteúdo: