Carine Corrêa
O Café JC recebe nesta edição o policial major Rodrigo Arena. Rio-clarense, Arena é formado em Direito com habilitação na OAB e ingressou na Academia de Polícia Militar do Barro Branco em 1990.
No início da carreira atuou no centro de São Paulo, até 95. Em 1996, foi deslocado para o batalhão da PM em Piracicaba, onde atuou até 2000. Posteriormente foi transferido para Rio Claro. Em maio do ano passado, foi promovido a major e retornou a Piracicaba.
Neste período atuou tanto no batalhão do município como no comando regional. Durante os quatorze anos em Rio Claro, Arena exerceu a atividade como tenente e como capitão. De volta à cidade e na função da coordenação operacional da PM, ele fala sobre alguns temas atuais envolvendo a segurança.
Jornal Cidade – Qual é a estrutura disponível hoje da PM em Rio Claro? Esta estrutura é suficiente para atender as ocorrências?
Major Rodrigo Arena – O batalhão está sediado em Rio Claro, mas responde por oito cidades. No município, a estrutura disponível é uma companhia territorial, situada na Rua 12, e a companhia de Força Tática, situada no Cervezão. A Força Tática congrega a equipe de policiais da Força Tática propriamente dita, o Canil, a Cavalaria e a Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas (ROCAM).
JC – Como funciona no município a integração da PM com a Polícia Civil e Guarda Municipal?
MRA – Existe uma preocupação constante em se manter um diálogo entre as duas polícias, para se fazer planejamento de operações em conjunto, traçar estratégias de combate ao crime e verificar quais são as prioridades. A Guarda tem auxiliado bastante, assumindo algumas funções que acabaram liberando a polícia para o serviço de combate ao crime e na prevenção à criminalidade.
JC – O plenário do Senado aprovou recentemente o projeto de lei que torna crime hediondo o assassinato de agentes de segurança. Para você, o policial militar hoje é bem protegido pelo Estado?
MRA – Para nós, isso é uma concretização de um antigo anseio, não só da polícia, mas de todos aqueles que trabalham na área de segurança.
JC – Qual sua opinião sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos?
Como cidadão e como policial, eu sou a favor da redução. Os motivos são de ordem prática. Nos dias de hoje. qualquer adolescente tem consciência plena de que furtar, roubar, estuprar, matar são condutas ilícitas e reprováveis.
JC – Qual a sua opinião sobre a descriminalização das drogas?
MRA – Eu sou contra. O tráfico já foi disseminado. A droga é um gatilho para vários outros crimes.
Capitão André Vianna -Hoje tem a questão romântica de que, se permitir o comércio de droga, vai combater o tráfico. Se você regularizar o comércio, você vai taxar e fica caro, e ainda assim terá o comércio clandestino.
JC – Como acabar com a violência?
MRA – A violência é um fenômeno inerente a toda sociedade. E não há nenhuma sociedade e nenhuma polícia que conseguiu erradicar a violência completamente por inteiro. Nem países com altíssimo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) conseguiram erradicar a violência por completo. O que a polícia busca é “trazer” essa violência para níveis aceitáveis. A polícia não trabalha com as causas da violência, trabalha com os efeitos.
JC – Deixe uma mensagem aos leitores.
MRA- A PM em Rio Claro está trabalhando forte para reduzir ainda mais os índices de criminalidade. Se os índices foram reduzidos, isso ocorreu graças ao auxílio da população. Continuamos contando com o apoio da população para que utilize o Disque-Denúncia, através do telefone 181. A informação é um fluido vital para polícia no combate ao crime. Nosso batalhão estava em primeiro no Estado na resolução do Disque-Denúncia.