Carine Corrêa
De um lado, a atual administração municipal frisando a dívida herdada da gestão Altimari na ordem de R$ 111 milhões na Saúde, sendo que, deste total, R$ 3,5 milhões são referentes ao débito com a empresa Med Aid; do outro, médicos que prestavam serviço na UPA da Avenida 29 e do Cervezão por meio da empresa e denunciam que não receberam o salário deste mês. Uma das médicas que prestam o serviço para Prefeitura procurou o JC para denunciar a falta de pagamento do salário. O movimento entre os profissionais ganhou corpo nas redes sociais. Abaixo, o diálogo entre a médica e a reportagem:
JC: Há quanto tempo estão sem receber?
Médica: Estamos sem o pagamento deste mês. Existe nas prefeituras da região uma quarteirização dos serviços. É feita uma licitação para contratação, normalmente para suprir as necessidades não preenchidas pelo profissional concursado. A empresa vencedora da licitação contrata outros profissionais, no nosso caso médicos. A empresa que ganhou a licitação e prestava serviços para a prefeitura chama-se Med Aid, que estava tirando dinheiro do patrimônio próprio há meses para continuar nos pagando, pois a Prefeitura lhe deve milhões. A Med Aid chegou ao fundo do poço e não conseguiu mais empréstimos para levantar a verba e nos pagar. Sendo assim, estamos sem o pagamento deste mês e a empresa, sem o repasse de vários meses.
Por sua vez, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que a responsabilidade do pagamento é da empresa. “Os valores que a empresa deve aos médicos são de responsabilidade única e exclusiva da empresa para com seus profissionais contratados. Neste mês de janeiro a Fundação pagou R$ 500 mil à Med Aid, os quais poderiam ser usados pela empresa para pagamento de seus médicos”, disse. O pagamento do que resta da dívida com a referida empresa não foi realizado, segundo a FMS, porque a empresa não apresentou certidões de regularidade fiscal e porque a gestão anterior não deixou dinheiro em caixa.
Med Aid
A empresa Med Aid venceu licitação em 2013 para fornecimento de mão de obra médica pela Fundação Municipal de Saúde (FMS). No 1º dia deste mês, a FMS anunciou que não renovaria o contrato com a empresa, sob justificativa de que “a não prorrogação do contrato com a Med Aid ocorreu após apontamentos do Tribunal de Contas do Estado relativos à qualificação técnica da empresa”, comunicou na ocasião.