Lourenço Favari
Semelhante aos festivais de música popular das décadas de 60 e 70, que revelaram nomes como Chico Buarque, Caetano Veloso, Mutantes, Gilberto Gil, entre outros, o Festival de Música Estudantil de Rio Claro reuniu muitos talentos na etapa final, que aconteceu na última quarta-feira (17).
Com a música “Pirata”, a banda Sete Mares, da escola Michel Alem, foi a vencedora do evento e levou o prêmio de R$ 1.500 para casa. O segundo lugar ficou com a banda Terapia, representando a escola Chanceler Raul Fernandes. Já em terceiro colocado ficou Biel Victor, da escola Marciano. Mister Jay, com seu rap gospel, recebeu menção honrosa do júri do festival.
SETE MARES
Priscila Bock, orientadora musical da banda Sete Mares e mãe de dois dos integrantes, disse à reportagem que o resultado foi uma surpresa. “Eles se juntaram para este festival. Foi uma surpresa até para eles. No decorrer do preparo, eles foram pegando gosto”, conta. Para ela, que é professora de música, os integrantes desenvolveram a musicalidade. “Alguns se superaram na musicalidade e também no convívio entre a equipe”, comenta.
LETRA
A estudante Lilian Expedião, de 16 anos, foi responsável pela composição da letra e música vencedora. Em entrevista ela destacou que nenhum dos doze integrantes da banda esperava a vitória. “Tivemos muitos ensaios e nos empenhamos muito, mas os outros participantes tinham muito potencial”, revela
A garota, que pretende estudar arquitetura, declarou que a participação e contato com alunos de outras escolas foram muito importantes. “Ganhar é um detalhe. Foi muito além da competição”, reflete sobre o festival.
De acordo com ela, a letra “Pirata” é uma metáfora sobre um amor distante. “Muitas vezes ficamos presos por um amor distante, na música representado por um pirata”, diz.
INTEGRANTES
A banda Sete Mares é formada por Lilian Expedião, Anna Lopes, Daiane do Nascimento, Gabriela Santos, Emily Souza e Leticia Zavarelli (vocais); Higor Mello (saxofone); Vitor Veloso (baixo); Daniele Massini (violino); Victor Buschemi (violão); e Mateus Bock (bateria). Os arranjos foram feitos pelo tecladista Rafael Bock.
ORGANIZAÇÃO
Ao estabelecer como regra apenas a apresentação de composições autorais, o evento saiu do senso comum e propôs aos jovens o estímulo para a criação. Luiz Carlos Curinga, diretor de Políticas Especiais da prefeitura e responsável pela organização da atividade, disse ao JC que as bandas poderiam tocar “covers” apenas para passagem de som. “Não estaria sendo avaliada. A música própria é que seria avaliada pelo júri”, explicou sobre o funcionamento do festival.
Curinga argumentou que Rio Claro sempre foi um celeiro musical. “Nossa cidade respira música e existem muitos talentos escondidos. O Festival de Música Estudantil serve para encorajar o jovem que produz suas músicas, mas que não teve a oportunidade de dar publicidade a essa produção”, garante.
EXPECTATIVA
O organizador avalia que o festival atingiu as expectativas, mas já pensa na terceira edição do evento. “Acredito que o do ano que vem será muito melhor e tenho confiança de que conseguiremos envolver todas as escolas do município. Para chegarmos a algum lugar precisamos sair da nossa zona de conforto e é o que estamos fazendo dia a dia”, finaliza.