Folhapress
O calendário astronômico de novembro está agitado. O mês acaba de começar e, na noite de sexta-feira (4) para sábado (5), já teremos o pico de uma chuva de meteoros: a Táuridas do Sul.
Apesar de pouco intensa, com até dez “estrelas cadentes” por hora, ela tem um diferencial: é conhecida por gerar meteoros maiores, do tipo “bola de fogo”, e coloridos, que podem exibir tons avermelhados, alaranjados e amarelados.
O fenômeno pode ser acompanhado de qualquer parte do Brasil, a olho nu, sem necessidade de instrumentos especiais. Um app ou site de observação astronômica, como Star Walk, Stellarium, Star Chart, SkySafari ou Night Sky, podem ajudar a apontar a área do céu e o horário de visibilidade em sua cidade.
COMO OBSERVAR?
O espetáculo celeste começa por volta das 20h, quando nasce a constelação de Touro -que é o radiante da chuva, por isso o nome dela-, e se estende por toda a madrugada.
Os meteoros vão parecer convergir nesta constelação, mas surgem de qualquer ponto ao redor.
O melhor horário para observação é por volta da meia-noite, quando o radiante estiver mais alto no céu e a Lua já estiver mais baixa.
O ideal é estar em um local mais alto, com o horizonte desobstruído, e o mais longe possível de poluição luminosa. Basta sentar confortavelmente, de preferência em uma cadeira reclinável, e esperar atentamente.
Se não conseguir ver, repita nos próximos dias, que também guardam boas chances de meteoros.
Aproveite esta noite para observar, também, a conjunção entre a Lua e Júpiter, que aparecerão bem próximos no céu.
POR QUE ACONTECE?
A Táuridas acontece todos os anos nesta época, quando a Terra, em seu movimento em torno do Sol, atravessa uma trilha deixada pelo cometa Encke.
Diferentemente da maioria dos cometas, como o Halley, seus detritos são maiores e mais pesados -são seixos e pedras, em vez de poeiras e grão – e estão bem espalhados. Por isso, explodem bem brilhantes e coloridos quando entram em nossa atmosfera em alta velocidade.
O momento de maior atividade da Táuridas do Sul é na noite do dia 4 de novembro, quando atravessamos a área mais densa e central do rastro, mas a chuva segue ativa até o dia 25 deste mês, cada vez menos intensa.
Este mês, mais uma chuva de meteoros poderá ser vista do Brasil: a Leônidas, com pico entre os dias 17 e 18 de novembro.
O QUE É UM METEORO?
“Meteoro” é o nome do fenômeno luminosos popularmente conhecido como “estrela cadente”.
É gerado por pequenos pedaços de rochas e poeira espacial, em geral fragmentos de cometas e asteroides, que queimam ao entrar na atmosfera da Terra.
Os meteoros mais brilhantes são classificados como bolas de fogo (fireball); e os mais explosivos como bólidos.
Todos são inofensivos, pois, em geral, se desintegram bem antes de atingir o solo. Se sobram fragmentos, são pequenos e recebem o nome de meteoritos.
Já um cometa, a grosso modo, é uma enorme bola de gelo sujo, formado por poeira cósmica, partículas rochosas maiores e gases congelados, como amônia, metano e sódio.
Quando se aproxima do Sol, os gases e a poeira ficam flamejantes e são expelidos, criando a cauda característica. É como um caminhão-caçamba, que vai derrubando terra pela estrada.