Vivian Guilherme
Ao longo da história mundial, uma das grandes batalhas enfrentadas pelos governos foi tentar extinguir a desnutrição. Infelizmente, o fim da desnutrição ainda não é uma realidade, mas um estudo realizado pela Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, apontou modificações neste quadro. Segundo a pesquisa, o número de obesos ultrapassou o número de subnutridos no mundo, o que converte para uma nova preocupação mundial.
O problema da obesidade acaba incidindo ainda em outros setores, como mostrou estudo internacional conduzido pelo McKinsey Global Institute, afetando o orçamento público e a produtividade no setor privado. De acordo com o instituto, a obesidade custa ao Brasil 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a mais de R$110 bilhões. O que torna o custo mundial da obesidade quase o mesmo de doenças decorrentes do fumo ou perdas em consequência de conflitos armados. Já o custo anual da obesidade, em função da produtividade para as empresas, chega a 153 milhões de dólares, segundo a consultoria Gallup.
A situação mostra que ambos os extremos, obesidade e desnutrição, podem ser maléficos para a população e merecem atenção do poder público. Especialistas consideram que só será possível regular esta tendência realizando mudanças nas políticas de alimentação e agricultura.
ENTRANDO EM FORMA
Segundo o educador físico Matheus Cecarelli, para atingir um resultado relevante na perda de peso, é necessário aliar o exercício físico frequente com uma alimentação equilibrada. “Os exercícios mais indicados são os aeróbicos, como por exemplo: correr, caminhar, pedalar, nadar, dançar. Entretanto se a pessoa for adepta às atividades desenvolvidas em academia, a musculação também é um canal para a obtenção de bons resultados e, aliada aos exercícios aeróbicos, tende a proporcionar um resultado mais satisfatório”, explica.
Sobre as dietas rápidas, muito procuradas no período de verão, ele comenta que “estaria mentindo se dissesse que elas não têm efeito, entretanto o sucesso é por um curto prazo, considerando que na maioria das vezes, são extremamente radicais e, portanto, agressivas ao organismo. Com isso acentua-se a dificuldade em manter a dieta por um tempo prolongado e o ganho desses quilos perdidos, passa a ser readquirido com força total, o que nada mais é que o famoso efeito sanfona”.
Sobre a necessidade de se pensar no tratamento da obesidade como situação de saúde pública, Matheus avalia que as empresas deveriam investir em programas para incentivar atividades físicas entre os funcionários. “Seria um grande investimento realizado no seu quadro de colaboradores, visto que, o funcionário que se reorganiza fisicamente, que reconhece como necessidade e direito a qualidade de vida ativa, torna-se uma pessoa menos vulnerável às enfermidades, apresenta redução do índice de estresse, melhora as relações interpessoais, mostra-se mais disposto, trabalha de maneira mais eficiente e ativa. É a valorização do capital humano”, pontua.
EXEMPLO
O atendente Roger Silva é exemplo de determinação quando o assunto é melhoria na qualidade de vida. Em um ano, Roger conseguiu eliminar 50 quilos, apenas controlando a alimentação e praticando exercícios físicos. “Foram mudanças simples de hábitos, comer nos horários certos, alimentos mais saudáveis, prática de exercícios, diariamente, e alimentação rica em fibras”, comenta.
Segundo ele, a motivação para buscar uma vida saudável surgiu no próprio trabalho. “Como trabalho em farmácia vejo muita coisa ruim que a obesidade causa em todas as faixas etárias e como estava acima do peso resolvi me mexer para não enfrentar esses tipos de problemas no futuro”.
Para quem listou como meta para 2015 perder alguns quilinhos, Roger deixa a dica: “Eu indico a pessoa a fazer um check-up antes de começar a seguir qualquer dieta ou exercícios”, e complementa: “sonhos determinam o que você quer. Ação determina o que você conquista”.