Paciente de Rio Claro é “esquecido” por mais de 24 horas em Jaú; Fundação apura

Paciente que foi levado para Jaú teria sido “esquecido” por mais de 24 horas pela Fundação de Saúde, denuncia vereadora. Reunião para “esclarecimentos” é convocada

A Câmara Municipal está convocando o presidente da Fundação Municipal de Saúde para uma reunião de esclarecimentos na quinta-feira (3), às 14h30, no plenário da Casa de Leis. A motivação é a situação envolvendo problemas na saúde pública, sobretudo, com relação ao transporte de pacientes que fazem tratamentos em outras cidades. Nessa segunda-feira (31), a vereadora Tiemi Nevoeiro (Republicanos) denunciou que um paciente levado pelo serviço municipal a Jaú, no Hospital Amaral de Carvalho, teria ficado mais de 24 horas naquele município após nenhuma ambulância retornar para buscá-lo, ou seja, teria sido “esquecido”.

“Um rio-clarense que depende do transporte da saúde para fazer seu tratamento de câncer em Jaú foi esquecido lá. Ele saiu às 3h30 da manhã e só voltou para casa no dia seguinte, às 14 horas. Por que o motorista alegou que ele não poderia ficar mais, que teria que voltar para Rio Claro, e que outro motorista iria buscá-lo. [O paciente] ficou lá esperando, esperando, a assistente social local perguntou o que foi, ele disse que estava aguardando. Chegou 21h e nada. Ele foi esquecido, com saúde fragilizada, bolsa de colostomia, não tinha se alimentado. (…) Ninguém foi buscá-lo. É responsabilidade do governo trazê-lo de volta”, lamentou.

A vereadora contou com apoio dos demais parlamentares, que se manifestaram sobre o ocorrido. Val Demarchi (PL) afirmou que “Ficar das 3h30 da manhã e buscá-lo 14h do dia seguinte, ficou mais de 24 horas? Diante de uma situação dessa alguém tem que ser responsabilizado. Onde vamos chegar? É surreal, fico indignado”, disse. Rodrigo Guedes (União Brasil) relatou que “é inadmissível uma situação dessa acontecer”, acrescentando caso envolvendo mães de crianças autistas em Americana.

Fernando do Nordeste (PSD), do Governo Gustavo, também reclamou que o subprefeito de Ferraz teria sido deixado por horas em Leme após uma sessão de hemodiálise. Rafael Andreeta (Republicanos) lembrou que há semanas o problema envolvendo o transporte de pacientes vem ocorrendo e pediu a convocação de representantes da Saúde para esclarecimentos, ganhando apoio de Elias Custódio (PSD). Moisés Marques (PL) também citou que a questão deveria ter sido solucionada com agilidade pela Prefeitura, mas não foi. Conforme o JC mostrou, a Justiça barrou o pagamento de horas extras para motoristas e, com isso, a Fundação de Saúde reduziu o serviço. Hernani Leonhardt (MDB) fez a convocação da Saúde para a reunião de quinta-feira.

À reportagem do Jornal Cidade, após a sessão, o departamento jurídico da Fundação Municipal de Saúde confirmou que a autarquia tomou conhecimento do ocorrido no dia seguinte dos fatos. “O motorista que levou o paciente, informou no dia seguinte do ocorrido. Já solicitamos relatório do ocorrido à divisão de transportes com a manifestação do motorista envolvido. Após avaliação do relatório poderá ser determinado abertura de processo administrativo”, comunica.

Lucas Calore: