Carine Corrêa
Apenas aqueles que utilizam o transporte público sabem o que é permanecer durante vários minutos embaixo de intenso sol ou até mesmo chuva nos pontos de ônibus sem cobertura. “O jeito é se virar”, disse a aposentada Maria Donizetti.
Se virar ou esperar o sol virar para fazer sombra. Dispondo de um total de 110 pontos de ônibus com cobertura, os bairros mais afastados são os que sofrem com a falta de abrigo. Questionada sobre a ampliação deste número, a prefeitura informou que tem feito, gradativamente, a substituição de alguns abrigos, principalmente nos bairros mais distantes da região central. Embora a empresa Rápido São Paulo tenha a responsabilidade do transporte coletivo urbano, os pontos de ônibus pertencem ao município e são fabricados pela Fábrica de Artefatos de Cimento e Usina de Asfalto (Facua).
O período é marcado pelo início das chuvas. Dona Maria Inês Teixeira, que utiliza a linha Santa Elisa, diz que não dá para sair sem o guarda-chuva na bolsa. “Pagamos pela passagem de ônibus e não temos retorno nas estruturas. É muito complicada essa situação. Quando pensamos em transporte público, temos que pensar também nos pontos de ônibus”, desabafou a dona de casa. “Fora os dias de sol, em que não há quem aguente ficar no ponto. Dependendo do horário, mesmo a cobertura não é suficiente, imagine sem”, acrescentou.
Recentemente, a Secretaria de Mobilidade Urbana fez a retirada de um abrigo do ponto de ônibus da Avenida 6, região central de Rio Claro. A prefeitura justificou que a estrutura foi removida por questão de segurança. “A cobertura foi retirada porque estava danificada e corria risco de queda. As secretarias de Mobilidade Urbana e de Obras estão verificando as condições e a possibilidade da instalação de outra cobertura no local”, acrescentou.
As estruturas também sofrem constantemente com depredações. Pichações são as ações de vandalismo mais comuns nos pontos de ônibus. Neste tipo de situação, a municipalidade afirmou que com frequência faz a limpeza e manutenção dos pontos de ônibus instalados no município. Os passageiros podem denunciar as depredações pelo telefone (19) 3522-1919 ou pela linha 156 da prefeitura.
Sobre algum futuro projeto para a implantação de mais pontos de ônibus com cobertura em Rio Claro, o governo municipal alegou que a instalação ou substituição de coberturas para pontos de ônibus somente pode ser feita se o local oferecer condições ideais, como calçada com no mínimo 2,5 m de largura.
Lei
No município de Marília, também no interior do estado, uma lei municipal sancionada em 2004 prevê a instalação das coberturas. Impasse na instalação até gerou no ano de 2011 uma ação do Ministério Público que entrou com pedido de execução imediata de implantação dos dispositivos.