Febre nas décadas de 80 e 90, quando as atrizes apareciam patinando nas telas de cinema e nas grandes revistas de moda, beleza e saúde, patinar durante alguns anos virou uma atividade que foi sendo esquecida Brasil afora.
No entanto, essa prática parece estar voltando com tudo, e hoje em dia é possível ver gente de várias idades praticando o esporte, considerado uma boa alternativa para os dias mais quentes. Afinal, permite usar roupas leves e conhecer ainda mais as belezas da cidade.
O número crescente de patinadores em Rio Claro tem chamado a atenção nas ruas da ‘Cidade Azul’, que inclusive conta com um grupo de patinadores com mais de 200 integrantes.
Nesta edição da ‘Reportagem da Semana’ o JC vai falar sobre um grupo chamado ‘Urban de Iniciantes’, que contém mais de 30 participantes. Eles começaram modestamente com poucos membros, há cerca de cinco meses. Com o passar do tempo, os simpatizantes só foram aumentando.
Andar de patins sempre foi prazeroso para a enfermeira Daniele Ribeiro da Costa Pacheco, de 36 anos. Assim como muitos, ela conta ao JC que conheceu a modalidade ainda criança. “Conheci por meio dos meios pais. Patinava junto do meu irmão pelas ruas. Aí, vai passando o tempo, a gente vai focando nos estudos e o costume foi se perdendo”, disse.
O reencontro da enfermeira com as rodinhas aconteceu 25 depois, quando a cunhada a apresentou esse grupo de patinadores. “Me formei, tive filhos, me casei e me reencontrei. É um sinônimo de liberdade. Com as rodas do pé parece que a gente está voando. Me sinto livre. É bem divertido e cada vez a gente se supera mais”, comentou.
O hábito fez reacender uma paixão que, para ela, vai ser difícil ficar sem. “Posso passar para as pessoas o que um dia passaram para mim. Aqui a gente cai junto e levanta junto. Para quem sonha em patinar, é preciso coragem e enfrentar os desafios. Não deixe o medo tomar conta de você. Todo mundo pode ter essa experiência”, salientou.
O marido de Daniele, o químico William Pacheco de Lima, de 37 anos, disse que nunca patinou na infância e que só veio conhecer a modalidade por conta do filho, o Marco Antônio, de 11 anos. “Fui comprar o patins para ele [o filho] e minha esposa também quis. Eu ficava olhando os dois se divertirem, até que chegou um dia em que resolvi comprar para mim também e acabei aderindo à modalidade”, explicou.
Marco Antônio também disse o porquê preferiu andar sobre rodinhas. “É muito divertido. Faço novos amigos, aprendo cada dia mais. Inclusive, fui o incentivador dos meus pais. Me senti muito feliz, pois eles me trazem confiança sempre, assim consigo ficar mais perto deles”.
Mais rodinhas, mais ar livre, menos telas
É em cima de oito rodinhas que a família Camargo se sente com o espírito mais leve. Foi assim que os integrantes Stefany Pereira Camargo, de 30 anos, e Marcel Camargo, de 35, definiram o rolê em Rio Claro.
Após comprarem os acessórios para as filhas Valentina, de 7 anos , e Sophia, de 8 anos, a prática se transformou em paixão em suas vidas. Eles revelam ter tido uma mudança substancial em suas vidas com a patinação regular.
“É a sensação de liberdade sair andando em cima dessas rodinhas. Sair andando, respirar ar livre no meio de toda essa pandemia. Incentivo todos eles por conta da qualidade de vida. A gente exercita o corpo e a mente. Aqui, um auxilia o outro. Um ambiente muito familiar”, comentou Stefany.
Já Marcel, disse que o esporte é muito importante pois, por conta da tecnologia, ficou mais difícil tirar as crianças de casa, mas que agora encontrou uma maneira saudável e divertida de fazer isso.
“Agora ficou fácil. Elas só queriam ficar no celular e na TV. Com o patins, a nossa família ficou mais unida para fazer um esporte que faz muito bem à saúde. Para nós, foi 100% válido. Sem dúvida, uma nova fase em nossas vidas”, salientou.
Pelas ruas de Rio Claro
O objetivo do ‘Urban de Iniciantes’ é incentivar a prática do esporte e fazer com que as pessoas não patinem sozinhas. Coordenado por Andre Luiz de Almeida Barbosa e Fabrice Marques Brigato, o grupo costuma realizar os encontros que se iniciam às 20h todas as segundas-feiras.
Acolhendo várias idades, o movimento faz um trajeto da Avenida Brasil até o Boulevard. Depois, retornam. O grupo realiza às quartas e sextas-feiras um encontro voltado a quem está começando a patinar. Ele é realizado no CEU do bairro Mãe Preta,na Avenida 1, onde não existe tráfego intenso de veículos, o que facilita a patinação.
Eles, inclusive, reivindicam iluminação do sambódromo da Avenida Brasil. Entusiastas do esporte disseram ao JC que a prefeitura precisa solucionar o problema do local para dar mais segurança para a prática de patins e outros esportes.
Benefícios do patins
O simples hábito de andar de patins, seja apenas como um hobby ou esporte, pode ser considerado um exercício completo pois, além de queimar calorias, proporciona uma série de benefícios para a saúde.
Entre os principais benefícios, temos: melhora o condicionamento físico; melhora o sistema cardiorrespiratório; melhora o equilíbrio e a coordenação motora; queima aproximadamente 360 calorias por hora; é tão eficiente quanto correr e andar de bicicleta; tonifica os músculos, principalmente da região lombar que precisa equilibrar o corpo; gera menos estresse nas articulações dos membros inferiores; e libera hormônios que causam uma sensação indescritível de bem-estar.