Pátria Armada, HQ do rio-clarense Klebs Junior, é indicada a prêmio

Lourenço Favari

OSCAR DOS QUADRINHOS: o Troféu HQMIX é um dos mais importantes do segmento

A HQ Pátria Armada, do desenhista e roteirista rio-clarense Klebs Junior, foi indicada para o 27º Troféu HQMIX, o Oscar das histórias em quadrinhos brasileiras. A lista foi divulgada na última segunda-feira (8) pela comissão organizadora do evento. A publicação, lançada no dia 20 de janeiro, está em seu primeiro número e concorre na categoria Publicação Independente de Autor, ao lado de outras seis revistas.

O autor da obra comemora a indicação. “Foi uma grata surpresa e uma honra estar concorrendo junto de grandes nomes dos quadrinhos”, disse à equipe do Jornal Cidade. Klebs destaca ainda que a indicação é importante para seu trabalho. “É um retorno valioso por todo o esforço e trabalho da equipe que ralou para produzir o Pátria”, argumenta.

NÚMEROS

O número 2 da revista Pátria Armada vai para a gráfica ainda neste mês. A edição de número 3, que encerra a primeira minissérie, está prevista para daqui a dois meses. Pode ser adquirida nas melhores livrarias do ramo e o preço de capa é de R$ 15.

De acordo com Klebs, será lançada ainda uma versão encadernada da publicação no Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, que acontece em novembro, e na Comic Con Experience (CCXP), programada para dezembro. A revista, que é uma publicação do Instituto dos Quadrinhos, teve roteiro e arte de Klebs Junior; arte-final de Wellington Diaz e Nelson Pereira; cores de Renne Stefani, Carlos Lopes e Marcio Menyz; e letras de Gisele Tavarez.

Sem mais detalhes, Klebs adianta que um game de Pátria Armada vem por aí. “Game não posso comentar ainda”, se esquiva.

HISTÓRIA

O que aconteceria se o golpe de 64 gerasse uma guerra civil que durasse até hoje? Com esse mote, Pátria Armada narra a saga de um Brasil mergulhado em um conflito, dividido entre os legalistas (contrários ao golpe) e os federalistas (que querem derrubar o governo). Em um ataque mútuo com uma bomba química experimental, mais de meio milhão de pessoas morrem e uma onda de doenças e infertilidades varre o país. No entanto, cerca de 50 crianças nascem com estranhas habilidades paranormais e ingressam nos dois lados do conflito.

“A ideia é discutir o Brasil dentro desta ótica de guerra civil. Ou seja, mostrar os problemas sérios do país e como podemos discutir isso através dos quadrinhos”, refletiu Klebs sobre a publicação. Vale lembrar que o autor acredita que a função do herói é apresentar uma nova autoimagem do país. “É uma ideia de propor um modelo de comportamento”, explica.

O AUTOR

Natural de Rio Claro, Klebs de Moura e Silva Junior é formado em Comunicação Visual pela Faculdade de Belas Artes de SP e foi ilustrador do Estadão e Folha de SP. Publicou quadrinhos nas gigantes DC Comics, Marvel, Malibu e Valiant. É sócio-proprietário e idealizador do Instituto dos Quadrinhos, escola e estúdio, inaugurado em 1999. A Escola Impacto foi reconhecida com o Prêmio Ângelo Agostini.

Redação JC: