Estadão Conteúdo
A prisão preventiva de 40 advogados suspeitos de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) foi solicitada à Justiça nessa quinta-feira (1º), pela Polícia Civil de Presidente Venceslau, oeste de São Paulo. Advogados recebiam salários de até R$ 100 mil da organização.
Além dos 40 advogados, a polícia também pediu o aumento das penas de 14 detentos, que teriam coordenado o esquema de corrupção. Os advogados foram presos em 20 cidades paulistas durante a Operação Ethos realizada no fim de novembro. Cinco estão foragidos.
“Os advogados eram verdadeiros ‘funcionários’ do PCC e recebiam altos salários, que chegavam a até R$ 100 mil”, diz Everson Aparecido Contelli, de 41 anos, delegado titular da Central de Polícia Judiciária(CPJ) de Presidente Venceslau, um dos responsáveis pelas investigações que duraram um ano e meio.
“O advogado ganhava em média R$ 9 mil por mês e alguns recebiam R$ 20 mil, R$ 30 mil e até R$ 100 mil”, afirmou o policial. Ele esclarece que o valor maior de R$ 100 mil destinava-se, principalmente, ao pagamento de despesas médicas dos membros da organização.
No inquérito de 41 volumes, cada um com 200 páginas, os advogados e os 14 presidiários são acusados de vários delitos, como lavagem de dinheiro, corrupção ativa e organização criminosa.
Marcola
Um dos presidiários é Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC. Ele é apontado como um dos coordenadores do esquema de corrupção. “A pena dele pode ser aumentada e agravada, mesmo já estando preso”, completou o delegado.
Prisão temporária
A prisão temporária dos suspeitos termina neste fim de semana. Os advogados estão presos na P1 de Presidente Venceslau. Duas advogadas foram levadas para a Penitenciária Feminina de Tupi Paulista. Cabe à Justiça decidir se aceita o pedido de prisão preventiva.