A ação apura supostas tentativas de obstrução das investigações do crime – que completa um ano no dia 14 de março. Também dá evidência a outra hipótese para o homicídio, envolvendo políticos da Assembleia Legislativa do Rio – ainda sem detalhamento.
A PF não divulgou o nome das oito pessoas que foram alvo dos mandados. Segundo a TV Globo, porém, uma das buscas e apreensões ocorreu na casa do ex-deputado estadual e conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio Domingos Brazão. Outras duas teriam ocorrido nas casas do delegado da Polícia Federal Hélio Kristian de Almeida e do ex-agente da PF Gilberto Ribeiro da Costa. Os dois têm estreitas ligações com Brazão, segundo policiais.
Outro alvo da ação foi o policial militar ouvido na investigação da Polícia Civil como testemunha-chave do caso. Esse PM apontou Orlando Araújo, o Orlando de Curicica (acusado de ser miliciano e preso no Rio Grande do Norte), e o vereador no Rio Marcello Siciliano (PHS) como envolvidos na morte de Marielle e Anderson.
Siciliano e Curicica sempre negaram participação na morte da vereadora. A reportagem não conseguiu localizar os investigados na operação.
A PF começou sua apuração em novembro de 2018, depois de receber denúncias de que agentes do Estado teriam agido para prejudicar as investigações do caso, a cargo da Delegacia de Homicídios da capital, da Polícia Civil. A entrada da PF no caso foi determinada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Grilagem
Em dezembro, o general Richard Nunes, então secretário de Segurança Pública do Rio, disse que Marielle havia sido morta porque milicianos acreditaram que ela poderia atrapalhar negócios ligados à grilagem de terras na zona oeste do Rio. Segundo ele, o crime foi planejado desde 2017.
Colegas de Marielle sempre disseram estranhar a hipótese para o crime investigada pela polícia, pois, segundo eles, a vereadora não tinha atuação nessas disputas localizadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.