Wagner Gonçalves
Rio Claro, assim como em muitas cidades da região, tem registrado casos de assaltos por motociclistas. A abordagem, feita pelo passageiro na garupa, acaba por surpreender os outros condutores por ser rápida e mais difícil de identificar os autores do crime.
Em 2011, o Projeto de Lei 485/2001 havia sido aprovado pela Assembleia Legislativa, determinando a proibição de garupas circulando nas motos, nos dias úteis da semana, nas cidades paulistas com mais de 1 milhão de habitantes, como São Paulo e Guarulhos.
Autor do projeto, o deputado Jooji Hato (PMDB) afirmara, na época, que os principais objetivos eram diminuir os acidentes e combater o crime. “A maior parte dos assaltos no trânsito é feita por garupas. O garupa com o visor escurecido ou espelhado não é identificado e, com a moto, foge em alta velocidade”, justificou.
No entanto, pouco mais de um mês após sair da Assembleia, o projeto foi vetado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. De acordo com o governador, a população do estado que utiliza motos como meio de transporte não pode ser punida. “Nós temos uma preocupação enorme com a questão da segurança, mas precisamos ter cuidado para não punir o trabalhador e a população de menor renda, que utiliza como meio de transporte ou de trabalho as motocicletas”, afirmou, na ocasião.
Proibir não é o melhor
O delegado do 1º DP, Dr. Carlos Schio, compartilha da mesma opinião, dizendo que proibir garupas não é a melhor solução e que, além do patrulhamento da polícia, os condutores podem contribuir para diminuir os riscos de assaltos. Ele diz que, à noite, quando os crimes costumam acontecer, é preciso cautela e atenção: “prefira trafegar por ruas e avenidas que você conhece e onde há maior fluxo de trânsito”, destacou.
Outra recomendação é que o trajeto seja feito em vias mais iluminadas e, sempre que possível, voltar na companhia de outras pessoas no trajeto da viagem. “Em muitos casos os condutores são surpreendidos, não têm como prever essas ocorrências, por isso é bom estar atento e, de preferência, trafegar com outros veículos”, detalhou.
Auxílio da PM e GCM
Em todo caso, quando o assalto acontece, o delegado ressalta a importância da participação popular para a solução do caso: “deve-se imediatamente entrar em contato com a Polícia Militar ou com a Guarda Civil, pois, quanto mais rápido forem acionadas, maiores são as chances de localizar os assaltantes”.
Os contatos devem ser feitos logo, após o assalto, pelos números de emergência: 190 (PM) e 153 (GCM).
Para facilitar na denúncia e, desta forma, contribuir para localizá-los, é muito importante reunir as principais informações do veículo, como a cor da motocicleta, identificação da placa e as características que possam contribuir para as buscas. “As pessoas se esquecem de que podemos intervir enquanto eles ainda estão nas ruas”, alertou o delegado quanto à contribuição popular.