Adriel Arvolea
Inegavelmente, o coelho é símbolo da Páscoa. Na cultura ocidental, essa tradição é materializada no conceito do ovo de chocolate, item que não pode faltar na celebração do domingo da ressurreição de Cristo.
Mas, até que ponto cultuar o símbolo do coelho e ovo de chocolate? Esses elementos não sobressaem sobre o verdadeiro sentido da Páscoa? De acordo com o professor de Teologia, João Hansen, o coelho é símbolo da fertilização e deve ser trazido para a Páscoa.
“Coelho, qual o sentido? É o sentido da fertilização, é fértil, é vida. Na origem, os ovos de galinha eram cozidos, pintados e compartilhados. Para nós, hoje, virou de chocolate”, comenta Hansen.
O professor reforça, ainda, que o gesto de presentear alguém com o ovo faz lembrar o momento da Páscoa. “É uma coisa bonita. Um ato que remete à Pascoa. É a simbologia e deve ser verificada como uma coisa bonita. Páscoa é o momento culminante da nossa fé. Apesar do teor comercial, traz a lembrança da ressurreição de Jesus”, observa.
A tradição do ovo de chocolate teria surgido após o século XVIII e seria invenção de confeiteiros da França, bem como resultado da indústria do chocolate.
“Vivemos numa sociedade capitalista. Nós temos que não fugir disso. A gente se preocupa em se servir desses símbolos, mas temos que explicá-los às crianças. Por que está recebendo o ovo? Páscoa não é coelho, é fecundidade, vida, ressurreição. Temos que ser responsáveis”. – Padre Antônio Sagrado Bogaz