Por vacina contra Covid-19, profissionais da limpeza urbana fazem greve em SP

*ARQUIVO* SÃO PAULO, SP, 16/06/2020 - Garis na Avenida da Barreira Grande, na zona leste. (Foto: Rivaldo Gomes/Folhapress)

RENATO FONTES
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Trabalhadores da limpeza urbana da cidade de São Paulo entraram em greve de 24 horas na manhã desta terça-feira (8). O motivo do protesto foi para a inclusão da categoria na lista de grupos prioritários de vacinação contra a Covid-19.

De acordo com a organização, fizeram parte desse manifesto 17 mil funcionários, entre profissionais da varrição das ruas, de recolhimento de resíduos porta a porta e os motoristas de caminhões de coleta. O ato aconteceu em algumas ruas da cidade e tinha como ponto final a sede da prefeitura.

De acordo com o Siemaco-SP, sindicato que representa os trabalhadores e trabalhadoras da limpeza urbana na capital, e o STERIIISP, sindicato que representa os motoristas da categoria, “esses grupos são os mais expostos ao risco de contágio ao novo coronavírus. Mesmo assim, têm atuado diariamente, mesmo nos momentos mais críticos da pandemia, colocando suas vidas e de seus familiares em risco”.

Eles afirmam que já protocolaram diversos pedidos por vacinação imediata desse grupo ao governo do estado, gestão João Doria (PSDB), à Prefeitura de São Paulo, gestão Ricardo Nunes (MDB), à Câmara Municipal e diretamente à Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), mas que não obtiveram qualquer resposta.

Na segunda (7), o grupo foi atendido pela secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen da Silva, mas, segundo a categoria, “sem sucesso”. “Uma demonstração de descaso total com esses trabalhadores e trabalhadoras que tanto fazem pela nossa cidade e pelos paulistanos”, disseram em conjunto os sindicatos, em nota. “Buscarmos um justo direito aos trabalhadores e às trabalhadoras da limpeza urbana para que possam continuar exercendo suas atividades com segurança”, acrescentaram.

Resposta

Em nota, a Prefeitura de São Paulo informa que tem como foco vacinar toda a população, priorizando os setores mais vulneráveis. Nesse sentido, desde março deste ano, foram imunizados todos os coletores e profissionais que trabalham com RSS (Resíduos de Saúde) na capital. Além disso, disse que segue dialogando com o Siemaco e o governo estadual para ampliar a vacinação entre estes profissionais.

A pasta diz ainda que a abertura de novos grupos depende da chegada de novas doses de vacina, enviadas pelo Ministério da Saúde aos estados, que repassam aos municípios. A Secretaria Municipal de Saúde acrescenta que segue o calendário definido pelo PNI (Programa Nacional de Imunização) e o Programa Estadual de Imunização
Sobre a paralisação, a Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana) afirma que não foi notificada formalmente sobre a greve. Por se tratar de um serviço essencial, foi desrespeitada a lei geral de greve, que determina em seu artigo 13 a comunicação com 72 horas de antecedência para qualquer paralisação, além da exigência de que mantenha em operação equipes necessárias para atender a população, conforme o artigo 11 da mesma lei.

Já o governo estadual afirma que mantém constante diálogo com todos os representantes de associações, inclusive com o Siemaco-SP e STERIIISP, por meio da secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen.
O governo tucano ressalta ainda que o PEI (Programa Estadual de Imunização) segue as diretrizes do PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde, para a definição dos públicos-alvo a serem imunizados.
Além disso, afirma que a Secretaria Estadual da Saúde tem o compromisso de imunizar o maior número possível de pessoas, de acordo com estas diretrizes e sempre comunicando com transparência o cronograma a ser iniciado.

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