Favari Filho
Foi em setembro. Mais especificamente no dia 14, uma segunda-feira, que a presidente Dilma Rousseff (PT), depois de um final de semana de reuniões com os ministros, anunciou uma nova rodada de tributos, inclusive a proposta de retorno da CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira].
A notícia abalou os brasileiros, que já sentem na pele o desmando e o desgoverno do Poder Público, principalmente nas prateleiras dos supermercados com os preços das mercadorias sendo alçados, paulatinamente, às alturas. Não bastasse, outro imposto pode ser criado para a infelicidade da Nação, já tão descontente e calejada. A proposta está na Câmara dos Deputados aguardando a decisão dos legisladores.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, por sua vez, defendeu o ajuste fiscal proposto pelo governo e, recentemente, pediu publicamente para que os parlamentares aprovem a criação da CPMF. Depois do anúncio da criação da tarifa no valor de 0,20% veio a outra má notícia: a do aumento na alíquota para 0,38% para que o montante seja dividido com estados e municípios, ou seja, se correr o bicho pega e se ficar o bicho come.
Entretanto, no início da semana, o presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Márcio Lacerda, enfatizou que ainda não há acordo entre os municípios e o governo federal. Para trazer o assunto para a região, a reportagem do Jornal Cidade conversou com alguns prefeitos, da Cidade Azul e da região, para saber o que pensam sobre a retomada de cobrança do imposto em um momento de crise que atravessa o Brasil.
ANALÂNDIA
Rogério Ulson (PMDB): “Sou contra a criação da CPMF neste momento, mesmo sofrendo com a queda da arrecadação pública, acredito que o Governo Federal tem outras maneiras de resolver a crise. Em Analândia temos uma estrutura de governo pequena e que foi reduzida ainda mais com a crise. Temos menos de dez cargos em comissão, reduzimos secretariado e estamos trabalhando para aumentar os investimentos públicos em obras; o caminho para o Brasil é reduzir a máquina federal, facilitar e incentivar os investimentos e o empreendedorismo”.
ITIRAPINA
José Maria Candido (PMDB): “Sou contra, mas, caso seja criada a CPMF, a prioridade, acredito, é a saúde, que está um caos. Não concordo, a não ser que, ao ser criado, outro imposto seja excluído do rol de tributos que o brasileiro já tem que pagar, para que haja uma compensação. O problema é que o Estado já não arrecada direito os impostos que existem e acabam sendo penalizados os bons pagadores, ou seja, o cidadão comum. Sou contrário também porque são recursos que vão para o Governo Federal, para municípios não vem nada”.
RIO CLARO
Du Altimari (PMDB): “Acredito que a CPMF seja, dos impostos, o mais justo, pois se aplica a todos que utilizam serviços bancários, com um critério que estabelece alíquota igual para todos, porém quem utiliza mais, contribui mais. Tenho dúvidas quanto à questão, porque novos impostos tendem a penalizar as pessoas, mas por outro lado a arrecadação permite a realização de serviços que beneficiam a população. Caso seja aprovada a volta da CPMF, acho importante que os recursos sejam investidos em Saúde e Educação”.
SANTA GERTRUDES
O prefeito da vizinha Santa Gertrudes, Rogério Pascon (PTB), foi curto e enfático na questão: “Sou contra a criação da CPMF”.