Laura Tesseti
O Dia do Professor é celebrado neste domingo (15) e para muitas pessoas, principalmente para os profissionais da área, atualmente faltam motivos para essa comemoração.
“Eu participei por três anos de um projeto chamado Pibid (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) em uma escola do estado. A escola em si é muito bem estruturada e aparentemente não há escassez de materiais ou de salas, porém existe uma grande dificuldade em utilizar alguns recursos oferecidos”, comenta Adelita Pantoja Martins, de 27 anos, graduada em Letras, com habilitação em Português e Inglês.
A professora de 27 anos comenta que a experiência dos alunos muitas vezes é falha pela desmotivação de outros. “Chega a ser desconfortável sugerir ou tentar realizar uma atividade diferente, pois existe uma barreira muito grande. Você tenta fazer uma atividade fora da sala de aula, como uma roda de conversa, mas te barram porque é supostamente impossível conter os alunos em um ambiente que não seja dentro de sala. Os alunos são subestimados constantemente. Existe sim um grupo que realmente é difícil, que não para, que não liga para a escola e que não faz nenhum exercício, mas devemos prejudicar os alunos interessados por conta desse grupo?”, questiona. E para Adelita, essa constante dificuldade acaba desmotivando o professor também.
Já para Uyara Castro Franceschini, professora aposentada desde 1993, as coisas eram diferentes na sua época de trabalho em diversas instituições de ensino da cidade e da região. “Os professores eram muito respeitados, as crianças eram levadas da mesma maneira, pois são crianças, mas os pais davam razão aos professores e procuravam saber o que acontecia. A escola possuí o papel de instruir, não de educar, a educação deve vir de casa e antigamente as coisas funcionavam muito mais dessa maneira. Hoje vemos esse movimento de muitos pais que mandam seus filhos às escolas para serem educados e instruídos, e isso não é certo. Enquanto os pais não tiverem consciência do papel do professor, da escola, nada melhorará”, finaliza a professora.
Mudanças
Para Uyara, que atuou por 25 anos como professora, as mudanças em relação ao ensino devem ser feitas por pessoas que sabem como o sistema funciona. “É fundamental que quem entenda o que acontece na educação do país possa participar das mudanças, colocar em prática esse trabalho”, fala.