Antonio Archangelo
De mãos atadas, a prefeitura de Rio Claro não conseguiu eliminar a prostituição do Jardim Público. Mesmo com a presença da guarda municipal ou mesmo da Polícia Militar, as profissionais do sexo utilizam a Praça XV de Novembro para abordar e atender consumidores assíduos.
A reportagem do Jornal Cidade acompanhou a movimentação por duas semanas e constatou que houve algumas alterações no roteiro diário das acompanhantes (muitas de fora da cidade) que exploram determinada área da praça em troca de pagamento pecuniário a uma cafetina que controla as ações no espaço público.
De acordo com o apurado, as garotas acordam um valor fixo para realização do programa e dessa quantia cerca de 20% é destinada à citada cafetina – não identificada nas conversas – outros 10% são destinados ao pagamento do quarto, os valores variam de 60 a 100 reais. Os dormitórios ficam na Rua 5. Um dos locais utilizados para as relações sexuais, chamadas pelas jovens como “rapidinhas”, é um imóvel vizinho da Escola Municipal Marcello Schmidt e atualmente passa por reformas.
Com o aumento do policiamento, as garotas revezam entre a praça e um bar localizado na Rua 5, avenidas 2 e 4. De acordo com reclamações, “as mulheres estão quase que despidas e o lugar onde se escondem é dentro de um bar na Rua 5. Por favor, eu sinto vergonha de ser rioclarense , pois não só eu, mas a população pede melhorias. Mande para bem longe , mas não no Centro”.
Em reportagem anterior, uma das garotas entrevistadas disse ao Jornal Cidade que chegava a faturar R$ 700 por dia. Vinda de outro estado, e “com família para criar”, L.O.L. conta que chega a ganhar R$ 400,00 por manhã, mais R$ 300,00 à tarde. O que corresponde, em média, a nove programas no dia. “A cafetina recebe R$ 70 por dia de cada garota que trabalha na praça”, cita. Boa parte do dinheiro era utilizada para sustentar o vício em drogas lícitas e ilícitas.