Antonio Archangelo
A situação precária da estrada vicinal que liga Rio Claro, Ajapi, Ferraz e Corumbataí é de conhecimento público. Entre 2007 e 2016 foram, pelo menos, quatro mortes registradas na via relacionadas ao trânsito: Cristiano Geslei Quirino, de 29 anos; Valdiria Guedes Teo, 36 anos; Gaspar José da Silva, 32 anos; e Silvio Rogério da Silva, 45 anos. O assunto tenta ser eliminado na pauta de reclamações da administração pública.
Para isso, a via que recebe o nome de “Vereador Jacomo Bincoletto” entre Rio Claro e Ferraz passou por uma grande intervenção em 2008, por meio do programa estadual Pró-Vias. O convênio junto ao governo estadual foi responsável pelo recapeamento de 22 quilômetros da vicinal e executado pela empresa Souza Galasso Engenharia e Construções Ltda. e contemplou o trecho entre Ferraz e Corumbataí, que recebe o nome de “Nicolau Marotti”.
Já naquele ano, a preocupação das autoridades era de como manter a via conservada, já que o trecho utilizado como desvio de pedágios recebe tráfego intenso de veículos pesados. Uma pesquisa encomendada pela Câmara de Corumbataí e realizada pela empresa Evidência Marketing e Pesquisas ventilou a instalação de um pedágio para se manterem as condições da via contemplada pelo serviço de recapeamento.
Dois anos após a obra, moradores voltaram a criticar a qualidade do asfalto. A atual administração municipal passou dois mandatos remediando a situação. E neste mês, já em 2016, voltou a direcionar o serviço de tapa-buracos para a via.
O problema é que as reclamações continuam no trecho entre Rio Claro e Ajapi. De acordo com Ademir Antonio Bonaldo, o serviço é de péssima qualidade.
Pelas redes sociais, munícipes reclamaram: “Faça um serviço decente, isso é serviço malfeito”, disse Daniela Souza. “Está cheio de ondulações e ainda há buracos”, opinou Felipe Rodrigues Sass. “Eu teria vergonha na cara em fazer um serviço de porco como esse. Sem falar que os buracos que foram tampados parecem lombadas” – Maria Cristina Poli Holanda.
Prefeitura nega novo recapeamento
Ao ser questionada sobre o serviço na vicinal, a prefeitura de Rio Claro, por intermédio de sua assessoria, alega que “o serviço que está sendo realizado pela prefeitura na estrada de Ajapi é de tapa-buracos, e não de recapeamento”. O objetivo, segundo a nota enviada à reportagem do Jornal Cidade, é que a Secretaria de Obras atenda “toda a extensão da via”.
“A execução do serviço é da empresa Stavias, que faz o tapa-buracos dentro do contrato com a prefeitura, estabelecido para ampliar o trabalho desenvolvido pela prefeitura na manutenção das vias públicas, o que também é feito por quatro equipes da Secretaria de Obras”, comenta a administração.
“Na estrada de Ajapi, o tapa-buracos está sendo feito com massa quente, que é mais resistente e, portanto, tem maior durabilidade. Além disso, as vias do Distrito de Ajapi receberam tapa-buracos executado por equipe própria da prefeitura. Vale lembrar que a operação tapa-buracos visa fechar aberturas no pavimento asfáltico, trabalho que não pode ser feito para reparar trechos desgastados de asfalto. Nesse caso é preciso fazer recapeamento e, por isso, a prefeitura segue trabalhando para obter recursos em outras esferas de governo, a fim de recapear trechos da estrada Rio Claro-Ajapi”, conclui.