Rio Claro no movimento de independência do estado de São Paulo

Antonio Archangelo

Rio Claro deverá ser polo regional de coleta de votos de sondagem realizada pela ONG “São Paulo Livre”, visando à independência do Estado de São Paulo como país independente. A coleta será realizada no mesmo dia das eleições municipais – 2 de outubro – e, apesar de não oficial (ou seja, sem poder de decisão), a intenção é criar um fato midiático para chamar atenção da comunidade internacional.

As urnas de papelão serão colocadas a 100 metros de cada zona eleitoral com representantes. Em dois dias, a ideia já tem 21 cidades representadas. Os interessados responderão a duas perguntas, nas cédulas de papel: “Você está insatisfeito com o jeito como São Paulo está politicamente representado na República Federativa do Brasil?” e “No caso de ter respondido ‘sim’, você gostaria que São Paulo se tornasse um país independente?”.

Em azul, os municípios paulistas que já aderiram à sondagem pela independência de São Paulo; Rio Claro faz parte da lista

De acordo com um dos organizadores, o profissional liberal Flávio Rebello, a ideia nasceu ao tomar conhecimento que no sul do país uma consulta semelhante, para o mesmo dia, está acontecendo. “Lá querem fazer uma República do Sul”, disse à reportagem.

“Já somos 21 cidades e o objetivo é que 200 cidades paulistas participem. Só na Capital, 13 bairros vão participar. Oficialmente é uma sondagem durante a eleição. Vamos obedecer às leis, teremos advogados que acompanharão todo o processo e divulgaremos o resultado de maneira democrática, mesmo que a população não queria a independência. No final, todo paulista já pensou um dia como seria se fôssemos um país. Então queremos acabar com o sonho velado. Teremos um fato para a independência paulista. Rio Claro é uma das cidades em que temos um representante e terá uma urna. Com este fato, a comunidade irá tomar conhecimento desta vontade do povo de São Paulo”, concluiu.

SÃO PAULO LIVRE

De acordo com a ONG, “O movimento quer debater com a sociedade as vantagens da transformação de São Paulo em um país independente. Com um PIB e população maiores que o da Argentina, e com um cenário cultural rico e diversificado, São Paulo tem tudo para se tornar um país de primeiro mundo, mais moderno e justo para todos que nele vivem”.

“São Paulo Livre é um movimento civil pacífico, que organiza ações de conscientização sobre a causa independentista, como palestras, reuniões, debates e manifestações públicas. Toda e qualquer pessoa é bem-vinda para se afiliar ao movimento”, cita a organização.

De acordo com o professor de História, Sergio Antonio Michelin Junior, o movimento que mais de aproximou em anunciar a independência do Estado de São Paulo foi uma revolta em 1641 que aclamou Amador Bueno rei de São Paulo, mas o mesmo recusou o título. “Os espanhóis achavam que a capitania de São Vicente poderia ficar sob posse da Espanha, se os paulistas se desmembrassem de Portugal. Propuseram então aos amigos, parentes e aliados que elegessem um rei paulista, indicando Amador Bueno de Ribeira. “Amador teria saído de sua casa escondido, com a espada na mão para o Mosteiro de São Bento. Todos corriam atrás gritando: “Viva Amador Bueno, nosso rei!”. Ao que ele respondeu muitas vezes, em voz alta: “Viva o senhor D. João IV, nosso rei e senhor, pelo qual darei a vida!”. Com ajuda de padres, Amador convenceu os rebeldes de que o reino pertencia à dinastia Bragança.

Redação JC: