Fabíola Cunha
Quem espera que o verão compense a estiagem vivida por nossa região durante o ano, poderia tirar o cavalinho da chuva, se houvesse promessa de muita água caindo, o que não é o caso: a estimativa é de que a estação que começa neste domingo, dia 21, tenha muito calor e pouca precipitação.
Segundo o técnico da estação meteorológica do Centro de Análise e Planejamento Ambiental da Unesp, Carlo Burigo, a projeção feita pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) aponta que não deve chover o suficiente nos últimos dias do ano para alcançar metade da média de chuva dos anos anteriores.
“Os últimos verões já foram abaixo da média em relação ao volume de chuva. A média de chuva no verão em Rio Claro, pela estação do Ceapla, é de 741 mm, então desde 2012 já tem ficado abaixo da média, com 663 mm; em 2013 registrou-se 580 mm, e em 2014, até a presente data, temos 399 mm, quase metade do que é pra chover”, analisa.
Se o verão foi seco, imaginem o resto do ano. Burigo informa que Rio Claro registrou de 1º de janeiro até a última quarta-feira (17) 760 mm, sendo que a média anual no município é de 1.450 mm de chuva.
Em relação à temperatura, o calor deve exigir muita paciência e boa vontade de quem não dispõe de ar-condicionado em casa ou no trabalho, já que os termômetros devem registrar valores na média ou acima da média, como no começo do ano: “Em janeiro e fevereiro as máximas passaram de 35ºC, sendo que no verão anterior ficaram abaixo de 35ºC”, diz. Em outubro o Ceapla registrou 39,8ºC em sua estação meteorológica, localizada no bairro Bela Vista, a maior temperatura dos últimos 20 anos no local.
Carlo Burigo também explica o que tem motivado essa quentura toda no país: “No começo do ano nós tivemos um bloqueio atmosférico, que é uma área de alta pressão que ficou ali atuando na divisa das regiões Sudeste e Sul, impedindo que as frentes frias avançassem sobre nossa região, e a umidade que vem da Amazônia também ficou bloqueada”, diz.
Ele explica que fenômenos como o El Niño (aquecimento das águas do Pacífico) e a La Niña (resfriamento das águas do Pacífico) não chegam a influenciar a Região Sudeste tanto quanto influenciam o Norte e Sul brasileiros.