Carine Corrêa
Rio Claro vive quadro epidêmico em relação à dengue e, com isso, a movimentação nas unidades de saúde aumentou. Quem está sob suspeita da doença relata as dificuldades que enfrenta na demora pelo atendimento nos hospitais públicos.
A reportagem do Jornal Cidade esteve na tarde dessa terça-feira (24) na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e no Pronto-Atendimento (PA) do bairro Cervezão. Em ambas unidades, pacientes se queixam do tempo de espera para a consulta.
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Na UPA 24h, Fabrizio Baungartner contou que acompanhava o pai para ser atendido por um médico. Ele ainda se queixou sobre a falta de ações da prefeitura nos programas de prevenção à proliferação do mosquito da dengue. “Moro no bairro Cervezão e não vi nenhuma ação do poder público naquele local até o momento. Não vi agentes e não recebi nenhum panfleto de orientação”, criticou.
Luciana Cruz, morada do bairro Mirassol, está há três dias com quadro sintomático da dengue e esperava havia 40 minutos por atendimento. “Estou com dores no corpo, desconforto intestinal e dor de cabeça. Pior ainda é ficar esperando nesta situação”, comentou.
O jovem Natanael Corazza aguardava pela consulta na parte externa da UPA. Morador do Distrito de Ajapi, ele contou junto à mãe que ficou esperando no dia anterior das 11h às 17h. Mãe e filho relataram que havia muitos pacientes na unidade na segunda-feira.
No PA do Cervezão, uma mulher também se queixou do tempo de espera. “Na segunda fiquei no PA das 19h à 00h. Quando a sala de espera está vazia, pode ter certeza de que lá dentro está cheio”, diz a moradora do Parque Universitário.
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Jara Vicentin reclama do sol que traz desconfortos aos pacientes na sala de espera. “As pessoas já estão doentes e ainda precisam enfrentar esse tipo de problema”, alertou.
A coordenadora do Programa Municipal de Combate à Dengue, Katia Curado Nolasco, informou em outra oportunidade que a inspeção dos agentes está concentrada nos bairros que apresentam mais casos. “Nesses locais, a inspeção dos agentes está sendo mais intensa, embora eles percorram todos os bairros”, salientou.
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que as unidades dos bairros estão preparadas para atender as pessoas com sintomas de dengue. “A FMS solicita que a população utilize esse serviço para não sobrecarregar o setor de emergência. A UPA e o PA do Cervezão estão recebendo um número muito grande de pacientes com sintomas de dengue e isso tem provocado problemas no atendimento de emergência. Na segunda-feira (23) essas unidades ultrapassaram em muito a capacidade de atendimento. A pessoa só deve procurar a UPA e o PA Cervezão se os sintomas se agravarem”, disse em comunicado.