Ednéia Silva
A taxa de homicídios de mulheres em Rio Claro é de 2,9 a cada 100 mil mulheres, revela a pesquisa Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres no Brasil, estudo elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) divulgado nessa segunda-feira (9). Com isso, a cidade ocupa a 1.135ª posição entre os 5.565 municípios brasileiros e ordenamento no ranking para as cidades com mais de 10 mil habitantes entre 2009 e 2013.
De acordo com a pesquisa, Rio Claro tinha população média de 96.277 habitantes e registrou quatro homicídios de mulheres em 2009, três em 2010, um em 2011, um em 2012 e quatro em 2013, num total de 13 assassinatos. Na região aparecem outros municípios como Corumbataí com um homicídio feminino registrado em 2009 com taxa de 10,5.
Araras contabilizou 12 homicídios nesse período, com taxa de 4,0 e posição 811ª no ranking nacional. Piracicaba aparece no 844º lugar com taxa de 3,8 e 36 mortes. Com duas mortes, Cordeirópolis aparece na 863ª posição com taxa de 3,8. Com taxa de 3,1 Itirapina registrou apenas um homicídio de mulher em 2013.
Limeira teve 14 assassinatos de 2009 a 2013, ficando no 1.277º lugar com taxa de 2,0. São Carlos teve 11 mortes com taxa de 1,9 e 1.297º lugar. Analândia, Ipeúna e Santa Gertrudes não registraram homicídios de mulheres nesse período.
A taxa de homicídios de mulheres de Rio Claro é igual à taxa do Estado de São Paulo, de 2,9. O estado ocupa a 27ª posição entre as unidades da federação do país. O primeiro lugar é de Roraima com taxa de 15,3. O Brasil tem taxa de 4,8 homicídios por 100 mil mulheres. As mulheres negras são maioria entre as vítimas. De acordo com o Mapa da Violência, os homicídios de mulheres negras aumentaram 54% em dez anos no Brasil, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. No mesmo período, o número de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8%, saindo de 1.747 em 2003 para 1.576 em 2013.
A assessora de Integração Racial, Kizie de Paula Aguiar, comenta que a comunidade negra recebeu com tristeza o resultado do Mapa da Violência. Entre os jovens, os negros são maioria das vítimas e agora isso se repete com as mulheres. Para ela, essa é uma marca histórica que ainda persiste mais de um século depois da abolição da escravatura. Esse será um dos temas discutidos na Marcha das Mulheres Negras no próximo dia 18, que terá participação de um grupo de Rio Claro.