Há 10 anos no ar, The Walking Dead começa a sentir os sinais da idade. Perdeu o seu protagonista, interpretado por Rick Grimes, e a trama já não agrada de maneira unânime a legião de fãs da produção. Por isso, a 10.ª temporada, que estreia neste domingo, 6, na Fox, tenta dar um chacoalhão na forma como a história de humanos e zumbis é conhecida até aqui.
No primeiro episódio da nova temporada conferido pela reportagem, fica claro que os produtores de The Walking Dead viram que apenas brigas entre clãs e ameaças zumbis não bastam. Por isso, continuaram a desenvolver algumas das mudanças que foram vistas durante a execução da controversa 9.ª temporada.
Grimes já é carta fora do baralho, enquanto Danai Gurira (Pantera Negra) se despede de sua personagem Michonne. O foco, agora, é fortalecer as relações humanas, fazer com que os zumbis se tornem apenas distrações e colocar os Sussurradores, que se comportam como mortos-vivos, a ser o obstáculo a ser superado.
Nada mais de sobrevivência individual. A dúvida, agora, é se a civilização conseguirá se manter mesmo tendo um povo bárbaro à espreita. Como manter a humanidade?
Dado o ritmo de mudanças apresentado no final da temporada anterior, era de se esperar que este 10.º ano da produção começasse em ritmo acelerado. Afinal, The Walking Dead está na UTI, respirando por aparelhos. É preciso um movimento rápido. Mas não é isso, infelizmente, que mostra este novo primeiro episódio.
Há uma aparente mistura entre Game of Thrones com alguma ficção científica que se avizinha na série. Mas nada que traga o sentimento de que a produção está voltando à boa forma de antigamente, com dramas emocionais e batalhas acaloradas.
A perda de parte considerável do elenco, a queda de audiência constante e até a falta de foco dos produtores, que criaram uma série paralela e uma misteriosa trilogia de filmes, mais atrapalham do que ajudam nessa renovação. A sensação é de que estão atirando para todos os lados até que algo acerte de novo o coração dos fãs.
Há potencial, porém. Se souberem aproveitar, a série pode ganhar a força que está procurando. Ainda está longe do apocalipse zumbi esperado. Mas uma nova forma de encarar a produção pode ser formada nesses dez anos de série. Só falta mais vitalidade do que o que foi visto no ano anterior. Uma reviravolta, talvez, pode dar uma injeção de ânimo e despertar novo interesse.
Por isso, é preciso cautela nos primeiros passos da 10.ª temporada de The Walking Dead. A situação é delicada. É preciso mais vigor do que foi visto nesse começo para a produção, enfim, se recuperar. Se mais erros foram cometidos, a série está fadada a ter o destino de seus personagens. Ela vai batalhar e tentar sobreviver para, no fim, ser só mais um zumbi. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.