Tráfego pesado prejudica microrregião e Aspacer divulga nota

Antonio Archangelo

Caminhões carregados trafegam por ponte rural em Rio Claro

Os municípios da microrregião tentam, de alguma forma, amenizar os impactos provados pelo tráfego de caminhões nos perímetros urbanos, sobretudo, ligados a atividade ceramista.

Em Rio Claro, desde o dia 11, o tráfego de veículos com mais de três metros de altura já não é permitido nos dois sentidos da Rua Batista Russo.

A assessoria de imprensa da prefeitura lembra que é proibida a circulação de veículos com mais de três eixos e também de caminhões carregados com argila.

frota de veículos versus caminhões; 2015

De fato, o setor ceramista e o sucroalcooleiro fomentam o tráfego de veículos tanto por vias locais como em estradas rurais. “As ruas e avenidas, assim como as pontes de Rio Claro, não são dimensionadas para receber altas tonelagens.

Por isso, veículos carregando muito peso reduzem a vida útil das vias e pontes, danificam os trechos e passagens com esse tipo de tráfego e geram custos adicionais aos cofres público” cita.

SANTA GERTRUDES

O problema não é exclusivo de Rio Claro, que possui a maior frota de caminhões da região: 7.168 caminhões de acordo com dados atualizados pelo Denatran – Departamento Nacional de Trânsito.

Em Santa Gertrudes, com uma frota de caminhões estimada em 1.166, os locais com maior fluxo de caminhões são a Avenida Albino Codo, Rotatória do Cristo, Avenida Conde Guilherme Prates, Estrada José Horário Pascon e SP-316 (Constantine Peruchi). Lá, como os caminhões que circulam são pesados e o fluxo é intenso, as vias precisam de reparos constantes.

De acordo com a assessoria de imprensa, “pensando em reduzir os impactos no perímetro urbano a estrada Vereador Luiz Azorli está sendo asfaltada e em breve será liberado para os caminhões, com isso, eles terão que passar por esse trecho, ao invés de percorrer algumas vias do município.

Outra via que começará o reparo é a Avenida Conde Guilherme Prates, que vai receber melhoras em toda sua infra-estrutura. A obra já foi licitada. A Avenida Albino Codo também está em obras e a princípio os caminhões estão proibidos de trafegar no trecho” cita.

Lá, a Prefeitura também proibiu a circulação de caminhões no Viaduto que liga os bairros Jardim Parque Industrial ao Bom Sucesso e em vias principais da área urbana.

Outra ação que teve início é o cadastramento dos caminhões de moradores da cidade, para que somente esses tenham acesso a determinadas vias.

CORDEIRÓPOLIS

Em Cordeirópolis, com frota de caminhões estimada em 1.665, A prefeitura tem feito intervenções no trânsito para desviar os caminhões para vias marginais na cidade.

Além disso já está em fase final a obra do Anel Viário que vai conectar o polo cerâmico à rodovia Constante Peruchi, que passa por obras de duplicação, “tirando assim grande parte do trânsito de veículos pesados da região Central” alega a assessoria de imprensa do Executivo.

frota de veículos versus caminhões; 2015

 

De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego, 1,04% dos empregos formais em janeiro eram ligados ao extrativismo mineral na região

 

ASPACER divulga nota oficial sobre o impacto do transporte de cargas. Confira:

Inicialmente a ASPACER lamenta o fato de se atribuir única e exclusivamente ao setor cerâmico e de extração de argila o desgaste das vias de circulação urbanas, pontes e estradas rurais, quando é de conhecimento público que esses espaços são usados também para o transporte de matérias primas e produtos acabados de outras atividades econômicas, em especial pelo setor da cana-de-açúcar.

Cabe esclarecer que em relação ao caso do transporte dos produtos acabados (pisos, azulejos, faixas e pastilhas cerâmicas), essa atividade é de responsabilidade dos compradores desses produtos, como a rede varejista de materiais de construção ou consumidores finais. A indústria de revestimentos cerâmicos não realiza o transporte de produtos acabados.

Vale ressaltar que cada município tem o poder de legislar e fiscalizar o transporte de carga na sua respectiva área de abrangência, e que via-de-regra o transporte de matéria-prima do segmento cerâmico segue com rigor a legislação vigente.

Casos excepcionais de transgressão a legislação de trânsito, devem ser fiscalizados e autuados exemplarmente pelas autoridades competentes. Desde 2009, a ASPACER lidera o pleito junto ao Governo do Estado para a obtenção do asfaltamento de aproximadamente 16 km de estradas vicinais nos municípios de Rio Claro e Santa Gertrudes. Segundo informações obtidas junto ao DER (Departamento de Estradas de Rodagem) do Estado de São Paulo, os projetos técnicos do asfaltamento das estradas vicinais

foram concluídos, e o trabalho agora se concentra na obtenção das licenças ambientais dessas obras, etapa essa que antecede a realização das licitações para a execução dos serviços de asfaltamento. O cidadão comum e o setor produtivo brasileiro são duramente punidos pela política tributária do nosso país.

Incidem sobre o contribuinte, diretamente ou indiretamente, e sobre a produção industrial brasileira e de extração de minérios, como a argila, impostos de natureza municipal, estadual e federal, tais como IPTU, IPVA, ICMS, ITR, PIS, COFINS, ISS dentre outras dezenas de impostos, além da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais).

Portanto, diante desse cenário tributário que penaliza o cidadão e o empresariado, fica evidenciado que não deveriam faltar recursos financeiros para o poder público, seja ele municipal, estadual ou federal, cumprir com o seu papel na construção de obras e a manutenção das vias de transporte.

Mesmo diante desse quadro, o setor cerâmico de revestimento sempre buscou colaborar com a comunidade regional, investindo dentro das possibilidades recursos humanos e financeiros para recuperar vias de acesso e pontes na região.

Ao gerar empregos, renda, desenvolver os recursos humanos nas nossas indústrias, arrecadar impostos  e levar para o mundo o nome das cidades que compõem o polo cerâmico, a ASPACER reafirma seu compromisso com o pleno desenvolvimento econômico e social da região, contando para isso com o importante papel das prefeituras, na realização de obras e serviços que possam garantir o crescimento das atividades empresariais e o bem-estar das pessoas.

Para concluir a ASPACER permanece à disposição dos governos locais da região, para que juntos, setor produtivo e prefeituras, possam exercer o trabalho de convencimento do Estado e da União sobre a necessidade de investimentos em infraestrutura na nossa região.

ASPACER

Redação JC: