Folhapress
A Justiça Eleitoral informou nesta quinta-feira (5) que, entre janeiro e abril, um total de 2.042.817 jovens entre 16 e 18 anos emitiram título para estarem aptos a participar do pleito de outubro.
De acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), trata-se de uma inscrição recorde para esse público, na comparação com o mesmo período dos dois últimos anos em que houve eleição presidencial no país, o que indica uma corrida de última hora para o registro.
Essa corrida acontece em meio ao acirramento do cenário político do país, com ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eletrônico de votação, e a campanhas de celebridades para incentivar jovens a emitir o título de eleitor.
O volume de inscritos de janeiro a abril também não significa uma adesão geral dos jovens. Mais à frente o TSE deve divulgar o total de jovens aptos a votar neste ano, em comparação com eleições anteriores.
O anúncio desta quinta ainda é de um balanço parcial do período de regularização dos títulos. A divulgação dos dados foi feita pelo presidente do TSE, ministro Edson Fachin.
Não foram disponibilizados também dados referentes aos quatro dias do mês de maio em que ainda era possível pedir a emissão ou regularização do título. O prazo para regularizar ou emitir novos títulos para poder votar nas eleições se encerrou na quarta-feira (4).
O total de brasileiros que estarão aptos a votar em outubro, bem como o perfil do eleitorado, tampouco foi divulgado nesta quinta. A informação deve ser conhecida na primeira quinzena de julho.
“Esse balanço ainda é parcial, pois agora a Justiça Eleitoral inicia a fase de processamento e resposta às solicitações”, disse Fachin.
Em 2018, o número de eleitores entre 16 e 18 anos no Brasil representou cerca de 2,53% do total do eleitorado, segundo dados do TSE.
Os novos registros de jovens eleitores neste ano representam um aumento de 47% e 57% em relação aos mesmos meses de 2018 e 2014, respectivamente.
Em 2018, segundo o TSE, foram 1.387.765 novos eleitores jovens inscritos nos quatro primeiros meses do ano. O número foi de 1.297.130 no pleito presidencial de 2014.
Fachin anunciou ainda que a Justiça Eleitoral realizou, no último mês, 8,9 milhões de atendimentos a eleitores para serviços diversos relacionados ao título de eleitor, o que também representa um recorde em relação a anos anteriores.
O magistrado exaltou a mobilização da sociedade para incentivar pessoas próximas a participarem do pleito.
“Vimos, como há muito não se via, um país unido pelo bem e fortalecimento da democracia. Por isso, agradeço a cada um, influenciador ou não, famoso ou não, brasileiro ou não, jovem ou não, que criou conteúdos nas redes sociais para chamar a atenção de todos para a regularização do título”, disse.
Fachin também elogiou o papel dos veículos de comunicação na propagação de notícias sobre o assunto e agradeceu o “trabalho incansável dos profissionais da imprensa, fundamentais na divulgação do tema”.
Segundo o ministro, o que se viu neste ano foi uma sociedade mobilizada pela democracia. “A juventude brasileira foi convocada a participar das eleições em outubro e a resposta foi impressionante”.
Em março, foram emitidos 522 mil novos títulos de eleitor. Em abril, o dado saltou para 991 mil, um crescimento de 90% em relação ao mês anterior.
“A Justiça Eleitoral mostrou toda a força que tem nessa reta final do cadastro eleitoral para as eleições 2022, encerrado no dia de ontem”, disse Fachin.
Ele também estimulou os brasileiros acima de 70 anos, que assim como os menores de 18 anos têm voto facultativo, também participem do pleito deste ano. “Não deixem de fazer valer a sua vontade pelo voto”.
A campanha de celebridades para estimular o registro eleitoral de jovens envolveu artistas brasileiros e internacionais.
Na segunda-feira (2), por exemplo, o ator americano Leonardo DiCaprio estimulou jovens brasileiros a participarem do pleito deste ano.
Em dois posts no Twitter nesta segunda (2), um em português e outro em inglês, ele divulgou links de organizações que ensinam como se cadastrar no Tribunal Superior Eleitoral para obter o documento.
A cantora Anitta também usou as redes para estimular a filiação eleitoral de jovens. “Tem 16 ou 17 anos ou fará 16 anos até 2 de outubro? Mudou de cidade e quer votar para o novo presidente do Brasil? Então, fique sabendo que é muito fácil tirar ou transferir o título hoje em dia! É tudo online e não precisa de biometria”, escreveu a cantora, em março.