Um paraíso para o melhor amigo

Vivian Guilherme

Dignidade e respeito aos animais: em um cemitério de animais em Piracicaba, cerca de 40% dos bichos enterrados no local são de Rio Claro

“Eles já nascem sabendo amar de um jeito que nós levamos a vida inteira para aprender e, por isso, vão embora mais cedo”, escreveu Gabrielle Fontana nas redes sociais, lamentando a morte da cadelinha Malu, de onze anos.

A fim de proporcionar dignidade e respeito à Malu, as irmãs Gabrielle e Rafaella optaram por enterrar a pequena dachshund em um cemitério de animais em Piracicaba. “Ela foi parte importante da família, sempre nos trazendo muitas alegrias e companheirismo”, comenta Gabrielle, que acrescenta: “muitas pessoas dão o destino ‘errado’ para os bichinhos e esse lugar é ‘supercertinho’, você pode colocar plaquinha com foto e nome do animal, é bem bacana! Pode fazer visita e tal, como um cemitério de pessoas mesmo”.

Myriam Vendemiatti, proprietária do cemitério Parque dos Animais Paraíso do Amigo, em Piracicaba, conta que 40% dos animais enterrados ali são de Rio Claro. Dentre os bichinhos estão cães, gatos, peixinhos, calopsitas, chinchilas, iguanas e tartarugas. Ela explica ao JC que há duas formas de sepultamento: o comunitário, em que até 12 animais são sepultados em uma mesma cova, ou o individual. “Tudo segue o que a lei exige”, esclarece.

Os animais podem ficar até seis anos enterrados, depois os restos mortais são direcionados a um ossário. “Aprendemos esse método na Bélgica. Nada aqui é jogado no lixo”, acrescenta, lembrando que a primeira lei relacionada a cemitério de animais no Brasil é de Piracicaba. “Pessoas de vários Estados já vieram me pedir cópia”, declara.

Em Rio Claro, segundo a Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento e Meio Ambiente (Sepladema), não há um cemitério para os bichinhos, os animais mortos são encaminhados para o aterro sanitário.

Em caso de animal de grande porte, a Secretaria da Agricultura local faz o transporte. Caso seja cavalo, o proprietário deve solicitar a presença do Centro de Zoonoses para a coleta de líquido que vai identificar se foi por raiva. Para animal de pequeno porte, o contato deve ser a MD Engenharia Ambiental, empresa contratada pela prefeitura. “O proprietário também tem a opção do veterinário de sua escolha”, orienta a secretaria.

Sobre a instalação de um cemitério para animais, a Sepladema informa que a situação é bastante complexa, pois exige uma série de medidas legais e ambientais junto à prefeitura e Cetesb, por conta de contaminação.

Redação JC: