Unesp reforça repúdio a comentários de professor

Carine Corrêa

Depois da grande repercussão que ganhou o episódio do professor aposentado Jairo José da Silva, a UNESP de Rio Claro reforçou repúdio às suas declarações nas redes sociais que acabaram repercutindo em todo o país.

A seguir, você confere a nota na íntegra:

“A Congregação do Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE) da UNESP – Câmpus de Rio Claro lamenta profundamente e repudia com veemência as declarações do Sr. Jairo José da Silva, ex-professor do Departamento de Matemática, aposentado desde 2012, relativas ao recente episódio ocorrido em manifestações na cidade de São Paulo em que uma jovem estudante foi gravemente ferida em um de seus olhos. Declarações como esta contribuem apenas para alimentar sentimentos negativos, contrários ao convívio cidadão em uma sociedade democrática e diversa. Diante disto, e por considerar apropriado, a Congregação reforça o conteúdo do texto divulgado pela Associação de Docentes da Unesp – Rio Claro “(…) o desrespeito, a intolerância, a ausência cognitiva acerca da importância da diversidade e das diferenças, de desconhecimento de seu papel social, exigem sua reprovação e repúdio, bem como dissociar tal comportamento do conjunto dos Professores desta Unidade Universitária (…) e, sobretudo, ratificar a importância da liberdade de ação política como princípio que impõe limites necessários ao abjeto, à desonra, ao desumano e à desconstrução de uma sociedade fraterna e socialmente justa”.

Jairo publicou em seu perfil no Facebook, há poucos dias, a seguinte postagem:

“De vez em quando tem notícia potencialmente boa. Uma garota ficou ferida na esbórnia pró-Dilma em São Paulo. Pode ficar cega. Se for petista, é uma boa notícia, mas não vai fazer muita diferença, já que são cegos como toupeiras”.

Inúmeros internautas compartilharam o seu post com indignação, afirmando

Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE) envia nota reforçando repúdio às declarações no Facebook do professor aposentado Jairo José da Silva

que o pesquisador incitou à violência ao se expressar.

Depois da repercussão, o professor aposentado quebrou o silêncio e falou com exclusividade ao JC. Em sua defesa, disse que não ficou feliz pela jovem ter se ferido. “A boa notícia foi pela ação da PM, porque mostra que a polícia está fazendo a sua obrigação, que é reprimir. Se está reprimindo uma manifestação que é criminosa, destruindo o patrimônio público, a pessoa que está fazendo isso sabe que está correndo risco. A polícia não pode deixar o espaço livre para que vândalos destruam o patrimônio público e a propriedade privada”, disse na segunda-feira (5).

A ADUNESP de Rio Claro (Associação dos Docentes da UNESP) manifestou repúdio às declarações do Prof. Jairo, e disse ainda em nota que a maneira com que ele se expressou denota a ‘vileza de seu espírito’.

A Reitoria da Unesp informou em nota que repudia quaisquer opiniões preconceituosas, e ainda que “nos processos de averiguação e de sindicância, que podem acarretar desde advertência a desligamento da instituição, a Universidade assegura aos envolvidos o direito de defesa e de contraditório”.

Redação JC: