O uso da tecnologia por parte das crianças é um tema que sempre levanta um grande debate na sociedade. No mundo de hoje é natural que as crianças tenham acesso a equipamentos como celulares e computadores e isso, como quase tudo, tem suas vantagens e desvantagens. Muitas vezes é possível vermos por aí crianças brincando com jogos eletrônicos ou assistindo algo através da internet, mas isso não significa que os pais não estejam atentos a como isso pode interferir no desenvolvimento de seus filhos.
A jornalista Poliana Penteado passa por essas questões com o filho Miguel, de três anos e cinco meses. Segundo ela, há um conflito em como inserir isso na vida das crianças: “Acredito que eles precisam ter contato com a tecnologia, pois isso contribui em certos aspectos do desenvolvimento, mas é claro que esse acesso à tecnologia tem que ser monitorado. Por outro lado, o estímulo e desenvolvimento de outras atividades com as crianças, fora do mundo tecnológico, é importante para não perder outras coisas, como por exemplo a interação social”.
A mãe de Miguel ainda explica a estratégia para tentar equilibrar tecnologias e outras brincadeiras. “É importante deixar tudo acessível, dar opções às crianças e estimular que sejam feitas diferentes atividades. Assim, eles mesmos vão escolhendo o que querem fazer e não se prendem tanto ao celular e etc. Ter outras crianças junto é essencial, assim eles tendem a escolher outras brincadeiras”, comenta Poliana.
Andresa Elias é Psicóloga Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental e analisa a relação das crianças com a tecnologia. “Diferente do que muitos pensam, a tecnologia pode ser uma aliada no ensino das crianças, tanto nas escolas, quanto em casa. Porém usada de forma excessiva provoca um desequilíbrio psicológico, potencializando o isolamento social, comportamentos agressivos, sentimentos de ansiedade e depressão. Também pode ocasionar problemas de saúde como, a obesidade infantil. Nesse sentido, o desenvolvimento físico, afetivo, cognitivo e social da criança é prejudicado”, afirma a psicóloga.
Para a profissional, é importante saber aliar a tecnologia a outras atividades durante a infância: “O fato das crianças substituírem as brincadeiras antigas, como pega-pega, esconde-esconde, amarelinha, por tablets, smartphone, videogame faz com que elas percam momentos de interação com os amigos, de criarem histórias e se movimentarem fisicamente. É importante que os pais incentivem as crianças a desenvolverem brincadeiras e não ficarem somente conectadas em seus aparelhos de tablets, smartphone e videogame, dando limites também a esse uso exagerado”.