Carine Corrêa
Um leitor entrou em contato com a redação do Jornal Cidade para denunciar a ocupação irregular em área pública no bairro Jardim Paineiras. Segundo o leitor, moradores utilizam uma área verde nas imediações da Avenida 58-PA, próximo à Rua 23, para o uso de hortas e até mesmo para implantar estruturas para abrigar animais.
A Prefeitura de Rio Claro foi informada sobre o caso e, via assessoria de imprensa, informou que A Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento e Meio Ambiente (Sepladema) irá até o local fazer levantamento da situação.
“É um meio de sobrevivência”
A reportagem do JC entrevistou um dos moradores que ocupam a área verde no Jardim Paineiras. Ademiro Pereira Camargo disse que é responsável pela manutenção de uma horta que está no espaço público. “Deveriam denunciar o lixo que jogam por aqui. Das hortas nós cuidamos. A Polícia Ambiental disse que tenho até o dia 10 para encaminhar 50 assinaturas. Antes da horta, aqui era uma biqueira de drogas”, disse o homem.
Ele ainda diz que planta no espaço quiabo, alface, abóbora, rúcula e moranga. Informou ainda que revende cada pé de alface pelo preço de R$ 2. “É um meio de sobrevivência. Perdi minha mãe faz uns 6 anos. É o meio que encontrei na vida para me adaptar”, justificou.
Consequências
Um trabalho desenvolvido por alunos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro, que trata sobre a expansão urbana e a degradação de áreas de proteção permanente em zonas urbanas, levanta as consequências da ocupação em áreas verdes. “Observando a ocupação urbana brasileira, nota-se que a preservação dos recursos naturais, assim como o respeito pelas leis ambientais brasileiras vigentes, não se constituíram em alvo de referência frente à expansão urbana. Países em desenvolvimento dispõem de processos de urbanização e de obras de drenagem urbana realizadas de forma insustentável e mal planejadas, gerando intensos processos de degradação ambiental, nos quais os recursos hídricos são os que mais sofrem grandes impactos. O município de Rio Claro vem sofrendo modificações quanto aos diferentes tipos de uso da terra. Com a diminuição da proteção e retirada da vegetação natural, tem-se a intensificação dos processos de aplanação e de esculturação do relevo e erosão acelerada derivada da expansão urbana”, aponta o estudo com foco no bairro Conduta.