Rio-clarense entre as vítimas de Paris

Antonio Archangelo /Agência Brasil

 


O rio-clarense Gabriel Sepe está entre as vítimas do atentado a Paris. O arquiteto, morador de São Paulo desde pequeno, estava no restaurante alvo dos ataques terroristas desta sexta-feira (13). Uma amiga brasileira que estava com Gabriel também está entre os feridos. Gabriel foi alvejado e seu estado de saúde é estável.

O Itamaraty disse ao Jornal Cidade que não irá dar detalhes sobre os feridos, “competindo a família” citou a assessoria do órgão.  “Ele está bem, só sabemos o que vocês sabem” disse a mãe por telefone.

Cerca de dez meses depois do atentado à redação do jornal satírico Charlie Hebdo, pelo menos três tiroteios foram registrados em vários locais da capital francesa. Até o momento, o balanço da polícia contabiliza até agora 127 mortes e feriu mais de 180 .

Uma explosão atingiu um bar perto do Stade de France, onde ocorria um amistoso entre a seleção da França e da Alemanha. As primeiras informações dão conta que o presidente François Hollande estava no estádio e precisou deixar o local. No primeiro tiroteio, um homem abriu fogo com um fuzil kalashnikov em um restaurante no 10º Arrondissement e, de acordo com a emissora BFM-TV, matou “várias pessoas”.

Logo em seguida, ao menos 50 disparos foram ouvidos na célebre casa de espetáculos Bataclan, perto da redação do Charlie Hebdo. Ainda há reféns no local. Pouco depois, o palco de tiroteios foi o 11º arrondissement, onde 12 pessoas estão caídas no chão. Após os ataques, Hollande iniciou uma reunião de emergência no Ministério do Interior.

Os tiroteios reacendem o clima de terror instaurado na cidade em janeiro passado, quando dois homens armados invadiram a sede do Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas. Dois dias depois, outro jihadista sequestrou um mercado kosher em Paris e deixou quatro mortos. Antes disso, ele já havia matado uma policial durante uma troca de tiros.

Bataclan

Agências de notícias internacionais informam mais de 100 mortes na casa de espetáculos Bataclan, um dos locais onde houve ataques terroristas em Paris na noite de hoje (13). Foram três tiroteios e uma explosão em pontos diferentes da capital francesa.

Um jornalista que estava no Bataclan disse que os terroristas dispararam “com armas automáticas de tipo Kalachnikov [rifle de assalto semi ou totalmente automático de fabricação russa conhecido como AK-47] ao acaso sobre a multidão” por um tempo entre dez e quinze minutos.

Ele disse que “os terroristas tiveram tempo de recarregar as armas pelo menos por três vezes”, que “não estavam mascarados, estavam senhores de si e eram muito jovens”.

Estado de Emergência

O presidente da França, François Hollande, determinou o fechamento das fronteiras do país após os vários tiroteios registrados em Paris.

“Ninguém ponderá entrar para cometer qualquer ato contra a França”, disse Hollande. O objetivo, explicou, é também impedir que os autores dos crimes saiam do território. “É uma provação terrível que nos acomete. Sabemos de onde vêm, quem são esses terroristas, esses criminosos.”

Hollande expressou sua compaixão às famílias das vítimas que morreram e dos feridos. Ele ressaltou, ainda, que este é o momento da França mostrar “unidade e sangue frio frente o terror”.
“A França deve ser forte, deve ser grande. E as autoridades devem ser duras. E seremos”, garantiu.

Mostrando firmeza diante de todo o medo que se instalou na França nesta sexta-feira, o presidente francês disse estar ciente que esse foi um ato terrorista e que os terroristas querem fazer medo, querem deixar o país apavorado. “Mas, diante do pavor, há uma nação que sabe se defender, sabe mobilizar suas forças e que, uma vez mais, saberá vencer os terroristas”, afirmou.

Hollande também informou que, neste momento, as forças de segurança estão atacando, agindo em um local não divulgado em Paris. “Eu peço agora que vocês mantenham a confiança em tudo o que podemos fazer com as forças de segurança para preservar a nação dos atos terroristas. Viva a República, Viva a França!”.

Obama

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, considerou que os ataques hoje (13) em Parisvisaram toda a humanidade e não apenas o povo francês. Depois de classificar os ataques como uma tentativa “de aterrorizar civis inocentes”, Obama adiantou que os Estados Unidos vão trabalhar com a França para “levar os terroristas à Justiça”. Obama disse ainda que é muito cedo para saber quem está por trás dos ataques.

Dilma

A presidenta da República, Dilma Rousseff, manifestou há pouco, por meio de sua conta no Twitter, a sua indignação com os ataques terroristas que deixaram pelos menos 40 mortos em Paris. “Consternada pela barbárie terrorista, expresso meu repúdio à violência e manifesto minha solidariedade ao povo e ao governo francês”, disse a presidenta.

David Cameron

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou estar “chocado” com os múltiplos ataques registados em Paris. Pelo menos 40 pessoas foram mortas, disseram fontes policiais ao canal de televisão francês BFMTV.  “Estou chocado com os acontecimentos de hoje em Paris. Os nossos pensamentos e orações estão com o povo francês. Faremos o que for preciso para ajudar”, escreveu o primeiro-ministro britânico no Twitter.

Alemanha

O chefe da diplomacia alemã, Frank Walter Steinmeier, que assistia ao jogo de futebol entre as seleções da França e da Alemanha, em Paris, quando aconteceram vários ataques e explosões, disse estar “horrorizado” e “emocionado”. “Estamos ao lado da França”, escreveu no Twitter o ministro alemão.

Rússia

A Rússia condenou a série de “atentados odiosos” e os “ataques desumanos” em Paris e ofereceu “toda a ajuda no inquérito sobre estes crimes terroristas”, disse o porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov. O Presidente russo, Vladimir Putin, expressou as suas condolências, o apoio e a solidariedade da Federação Russa ao Presidente François Hollande e ao conjunto do povo francês, segundo a agência TASS.

União Europeia

Os presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk, da Comissão Europeia, Jean-Claude Junker, e do Parlamento Europeu, Martin Schulz, afirmaram estar profundamente horrorizados com os ataques de Paris, que provocaram pelo menos 40 mortos.  “Estou horrorizado com os acontecimentos de Paris. Toda a minha solidariedade e condolências com os franceses e as autoridades francesas”, escreveu Tusk na sua conta no Twitter.

Confira a repercussão do atentado a capital francesa sob a ótica dos rio-clarenses que moram em Paris na edição impressa do JC deste sábado, 14.

Redação JC: