Antonio Archangelo
Sessão calma, sem assuntos polêmicos, como criação do “Dia Municipal da Soltura da Pipa”, teve o clima “esquentado” durante defesa do requerimento 1.871/2015, na noite dessa segunda-feira (18).
A proposta, aprovada por todos os votos, apresentada pelo líder das oposição João Teixeira Júnior (DEM), o Juninho da Padaria, solicitava oficiar o superintendente do Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae) da possibilidade de informar o “porquê da suspensão do atendimento emergencial aos finais de semana e por que a autarquia está sem equipamentos de atendimentos emergenciais”.
As críticas, durante sua fala no plenário, sobre o desperdício de água gerado pela falta de atendimento à população, alimentaram o debate entre oposição e governistas. O ex-presidente Agnelo Matos (PT) citou a parceria público-privada (PPP) votada pela Câmara, em 2005, com voto favorável de Juninho, que seria, de acordo com o petista, o motivo principal da falta de caixa à autarquia.
“Vou aprovar este requerimento (…), porém não tenho dúvidas de quem estava do lado dos trabalhadores do Daae em 2005. Não tenho dúvidas de quem é favorável de entregar a parte de água também”, ironizou Agnelo.
O pastor Anderson (PMDB), segundo secretária do Legislativo, endossou o requerimento do oposicionista. “Tivemos algumas reclamações sobre esta situação [do Daae não estar reparando tubulações estouradas aos finais de semana], mas acho que devemos fazer um discurso para retomar o esgoto e não falar em entregar a água”, citou.
“Acho que é uma questão de gestão. Eles têm que explicar por que está acontecendo esta situação. Devem-se esclarecimentos a esta Casa (…). A situação está crítica até em questão aos pagamentos”, argumentou Maria do Carmo (PMDB).
“Parabenizo o requerimento. Mas volto a dizer que o Daae deve trocar o material das ligações de água. Melhor do que ter que reparar. Vários bairros estão sendo afetados”, lembrou o tucano Paulo Guedes ao criticar a qualidade do material utilizado para ligar a rede pública de água às residências em vários bairros da cidade.
“Lá atrás já prevíamos as dificuldades no Daae. Isso se deu a um procedimento administrativo. O contrato que se fez só visa a Odebrecht”, cutucou Agnelo Matos. “Lembro que o atual prefeito fez um compromisso com a população de romper a PPP. O prefeito não honrou. Falta é gestão”, retrucou Juninho da Padaria.
“Retorno a dizer, estou falando do momento político lá atrás. Nosso grupo nunca trabalhará para privatizar a água”, exclamou o petista. No final da debate, o presidente João Zaine (PMDB) colocou o plenário da Câmara à disposição do superintendente da autarquia Geraldo Pereira (PT) para esclarecimentos.