VÍDEO: Sydney Barreto fala sobre sua paixão

Lourenço Favari

Sydney Barreto. Este é nome de um dos artistas mais emblemáticos de Rio Claro. Há quem o conheça pelas trovas publicadas na imprensa, outros por seus muitos discos lançados ou participações especiais em discos de grandes artistas brasileiros.

Aos 88 anos, Sydney Barreto continua sendo referência quando o assunto é gaita

Sua obra percorre outros meios, como é o caso da pintura e da poesia. Aos 88 anos, mesmo afirmando não tocar gaita com a mesma frequência dos tempos de juventude, Barreto é um apaixonado pelo tango. Sua coleção conta com 721 gravações de Carlos Gardel.

Pão e Poesia

O trigo nos dá comida, poeta transmite a calma.
O pão dá alimento à vida, poesia alimenta a alma.
Sydney Barreto

Entre fitas, discos, partituras e, claro, gaitas, o artista recebeu a equipe do Grupo JC para falar sobre sua trajetória na música. Autodidata, começou a tocar gaita aos 8 anos de idade, quando seu irmão mais velho Newton comprou uma “gaitinha”. “Era uma gaitinha souvenir. Quando ele ia trabalhar, deixava bem escondida. Eu pedia para a minha mãe e ela deixava eu tocar até pouco antes do meu irmão chegar. Então ela limpava, secava e guardava a gaita no mesmo lugar”, disse.

Comprou a primeira gaita ainda muito jovem, quando vendeu a um ferro-velho diversos materiais. “Quando eu saí tocando, meu irmão ficou com a pulga atrás da orelha. Como eu sabia tocar um instrumento que tinha acabado de comprar?”, questiona ao lembrar que muito tempo depois contou sobre a peraltice de menino ao irmão. “Mãe é mãe. Ela não pode falhar”, comenta sobre o incentivo.

CARREIRA

Desde então, Barreto colecionou prêmios e troféus, além de ter se apresentado inúmeras vezes em diversos programas de TV. “Gravei com muita gente, além de ter gravado discos com minhas músicas pela Odeon”, relata.

Seu método de gaita “O Gaiteiro” também rendeu bons frutos e até hoje é comercializado. “Quando a gente é jovem, está disposto a tudo. Então eu fiz um protótipo e guardei. E um dia houve interesse em publicar no Rio de Janeiro e atualmente o responsável pela publicação é a editora dos Irmãos Vitale”, explica.

TROVAS

Barreto, que mantém seu acervo organizado com precisão cirúrgica, escreveu, reuniu e organizou 3.146 trovas dos mais variados temas que escreveu nos últimos anos em um livro de artista, de edição única. “Depois que eu fiz este livro, as mais recentes eu nem guardei. Eu perdi um pouco do interesse também de colecionar, datilografar tudo aquilo, passar pro computador e montar o livro”, finaliza. Veja vídeo com o artista no www.jornalcidade.net.

Redação JC: