Vídeos sobre atropelamento de mulher repercutem

Carine Corrêa

Ao menos duas câmeras de segurança filmaram o momento em que um caminhão da empresa Ambientelix, responsável pela coleta de lixo em Rio Claro, teria atropelado Luceli Paulino Ricardo no último dia 3 de abril.

Apesar dos rumores de que Luceli, de 30 anos, transitava pela contramão, as informações oficiais colhidas junto à Delegacia Seccional mostram em boletim de ocorrência que a ciclista andava pela Rua 14 na “mesma direção e sentido” do caminhão, quando na Avenida 52 ocorreu o atropelamento.

O boletim de ocorrência detalha que estas informações foram repassadas à Guarda Civil Municipal por meio de testemunhas que presenciaram a tragédia.

Nas redes sociais, a dimensão de compartilhamentos das imagens gravadas em ângulos diferentes pelas câmeras de segurança, colocadas próximo ao local do atropelamento, provocou opiniões diversas sobre o que realmente aconteceu.

Boa parte das opiniões expressam repúdio a condução do motorista do caminhão de lixo.

Um internauta atribui ao motorista um comportamento similar a quem dirige com imprudência: “Ele passou pela mulher e não a viu. Se estivesse devagar, iria fazer a conversão com cautela e nada disso teria acontecido. Ele ainda não parou na lombada”, opinou.

Outro depoimento se diz contra a conduta do motorista da Ambientelix: “O motorista está errado e merece pagar pelo erro que cometeu”, falou.

Ambientelix

A empresa foi procurada pela reportagem que conversou com o advogado que a representa no caso, Ariovaldo Vitzel Júnior.

Ele reforçou que está acompanhando o inquérito policial e que atualmente a empresa aguarda o laudo da perícia, antes de antecipar qualquer posicionamento.

“A empresa está transtornada pela tragédia e lamenta o ocorrido”, disse.

Durante a conversa, ele disse que está em posse do vídeo oficial, que vem sendo trabalhado nas investigações pela polícia.

Embora não possa adiantar sua interpretação sobre os fatos, ele ressalta a questão da velocidade do caminhão, que geralmente – em virtude do peso e tamanho – trafega em baixa velocidade.

“Nos vídeos que estão sendo compartilhados, a imagem não está muito nítida, o que torna difícil visualizar a lombada que está situada pouco antes da esquina de onde aconteceu o atropelamento”, destacou.

O advogado Vitzel também relatou que está acompanhando diariamente o inquérito policial, que está sob responsabilidade da Drª Patrícia Silveira Rosa.

“São lamentáveis esses compartilhamentos em redes sociais, já que demonstram um desrespeito à família, que já está fragilizada pela tragédia”, finalizou.

Ele ainda desmente qualquer possibilidade do motorista ter ingerido bebidas alcoólicas, conforme alguns boatos que vêm se espalhando, e afirma que a empresa Ambientelix não foi procurada pelos familiares da vítima.

O caso

Luceli Ricardo morreu ao ser atropelada por um caminhão coletor de lixo em uma tarde de quinta-feira, 3 de abril, no bairro Vila Olinda. A mulher estava em uma bicicleta, quando foi atingida pelo caminhão na esquina da Avenida 52 com a Rua 14.

Segundo informações apuradas no local, o motorista aguardou a chegada de socorro, porém foi embora quando algumas pessoas nos arredores manifestaram indignação frente o episódio. Temia por uma reação violenta.

Redação JC: