Sidney Navas
Por falta de conhecimento, alguns se atrapalham na hora de adequar qual é o melhor vinho para ser servido com carnes ou peixes. Tire suas dúvidas com especialista
Só mesmo com a ajuda de um ‘expert’ no assunto você dificilmente vai errar quando for servir determinados tipos de pratos com o vinho adequado. Tem gente que erra feio pela ausência de conhecimento de causa. Se esse for seu caso, não precisa se desesperar. Basta seguir os conselhos do sommelier do Mercado Qualidade, Walter Padoveze. “Geralmente carnes vermelhas pedem vinhos tintos. Seu paladar marcante se acomoda bem com tintos de bom corpo e sua untuosidade e gordura parecem ‘domar’ os taninos mais agressivos, principalmente nos vinhos jovens”, acrescenta o estudioso.
Vinho e seus complementos
Se for servir um peixe tenha atenção, porque aí a coisa muda de figura. Ele frisa que, via de regra, nestes casos o prudente são os vinhos brancos. “Os taninos (componentes encontrados nos tintos) costumam dar um gosto metálico aos peixes. Exceções para peixes preparados com molhos de vinho tinto, receitas de sabores marcantes e condimentados. Mesmo assim, escolha um tinto de poucos taninos”, observa.
Uma das harmonizações mais difíceis é a de queijos e vinhos, e não é pra menos. “Sabor intenso e forte, gordura, sal, acidez e viscosidade são características desafiadoras para os vinhos. Os tintos secos sofrem mais que os brancos secos. Os doces tem mais sucesso que os brancos secos”, assegura o sommelier. Padoveze salienta que os queijos do tipo Roquefort e Gorgonzola caem bem com vinho branco doce tipo Sauternes ou então o tinto doce tipo Porto. “Queijo de cabra podem ser apreciados com vinho branco seco da uva Sauvignon Blanc”, sugere.
Muito mais que uma bebida…
Nem todos tem esse dom, mas o ex-prefeito e empresário, Dermeval Nevoeiro Junior, é conhecido por muitos pelo seu paladar apurado na degustação e apreciação de vinhos e, em sua adega particular, existem coleções dos mais variados tipos e procedência, que faz inveja até mesmo para um sommelier ou enólogo, que são aquelas pessoas extremamente especializadas no assunto. “O meu vinho tinto preferido é aquele elaborado com a uva carmenieri, que em minha opinião é a fruta que tem o melhor bouquet retrogosto mais longo”, enfatiza. O mercado oferece opções para todos os gostos e bolsos. “Pra mim o vinho bom é aquele que degustamos e gostamos. Simples assim. O preço nem sempre faz jus a qualidade. Temos centenas de vinhos na faixa de R$ 50,00 a R$80,00”, cita ele.
Entretanto essa não é a questão principal e o problema é que alguns extrapolam na dose, literalmente falando, por isso, Nevoeiro Junior dá um recado aos mais desavisados e exagerados: “Para mim, o vinho é um alimento antes de ser considerado uma bebida alcoólica e deve ser apreciado com algum tipo de alimento. Com as carnes e massas devem ser ‘escoltadas’ com vinhos tinto, via de regra”, explica. Já com peixes e crustáceos os vinhos brancos são muito adequados, segundo ele. “Numa comemoração os champanhes e espumantes com suas borbulhas ensejam a elegância do ato. É claro, que existem nuances que ensejam ao vinho toda a sua notoriedade”, completa.