Lucas Calore
Uma realidade cada vez mais comum nos lares brasileiros, frente ao avanço dos problemas sociais no país, é a da presença de crianças violentadas por adultos. No último dia 4 de junho, a Organização das Nações Unidas (ONU) protesta pelo Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão, uma data criada no ano de 1982 para conscientizar a sociedade para a criação de políticas públicas que visem proteger e educar essa população.
RIO CLARO
Em Rio Claro, essa problemática não é diferente. De acordo com Cacilda Litoldo, membro do Conselho Tutelar do município, tem crescido de forma considerável o número de registros de crianças e adolescentes vítimas de todos os tipos de violações de direitos.
Toda população pode colaborar contra a violência a crianças e adolescentes denunciando casos ao setor policial nos telefones 190 e 153, da PM e Guarda Civil.
“Embora pareça ser uma cidade tranquila, registramos aumento em vítimas de abuso sexual, agressão, negligência e violência física ou de maus-tratos”, afirma. O trabalho do órgão se dá a partir de denúncias sobre casos. “Após a verificação das mesmas, cada caso tem suas particularidades, mas, no geral, são feitos os encaminhamentos para a rede de atendimento (CRAS, CREAS, CAPSIJ). Também são feitos encaminhamentos ao Ministério Público e à Vara da Infância e Juventude”, detalha Litoldo.
2016
Os números registrados durante o último ano, em Rio Caro, preocupam. O Conselho Tutelar atendeu a 68 casos envolvendo abuso sexual de menores, o que é crime previsto em lei. Ocorrências de agressão a crianças e adolescentes totalizaram 133. Registros de violência física e/ou maus-tratos somam 275 casos no município. Ainda, em número ainda maior e alarmante são os casos de negligência envolvendo essas vítimas: somente em 2016, foram 774 ocorrências na cidade.
Vulnerabilidade
Atualmente o Brasil passa por uma de suas maiores crises socioeconômicas e essa situação contribui para que a população menor de idade seja vítima. “Infelizmente, com a crise econômica e social do país, as classes mais baixas acabam sendo mais vulneráveis à violência, aumentando assim todo tipo de violação de direitos contra as crianças e adolescentes”, avalia a conselheira tutelar.