‘Xepa’ da vacina é alvo de investigação no Legislativo

Val Demarchi (DEM), autor de requerimento aprovado pela Câmara Municipal, questiona contabilização na vacinação

A vacinação contra a Covid-19 em Rio Claro vem avançando conforme há a disponibilização de doses para a aplicação na população. Ainda que diariamente centenas de pessoas busquem a vacina nos pontos distribuídos pela cidade, há os que recebem “xepa” da vacinação, isto é, ‘sobras’ do lote aberto naquele período para aplicação. Com isso, ocorre a necessidade de se aplicar o imunizante em pessoas que estavam apenas em filas futuras do plano de imunização.

Este fato, confirmado pela diretora de Vigilância em Saúde, Suzi Berbert, durante oitiva na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Vacina no último dia 26 de abril no Plenário da Câmara Municipal, levantou o indicativo de transparência. Diante disso, o vereador Val Demarchi – líder da bancada do Democratas – apresentou requerimento fazendo questionamentos sobre a contabilização das pessoas vacinadas com a ‘xepa’.

O documento, aprovado pelos demais vereadores do Poder Legislativo, busca apurar quantas pessoas foram vacinadas com as sobras de vacinas contra a Covid-19 até o momento. De forma geral, até essa quinta-feira (6) – primeiro dia em que foram vacinadas pessoas com 60 anos ou mais – Rio Claro vacinou 41.377 munícipes com a primeira dose e 24.719 com a segunda.

“A afirmação feita pela diretora me chamou atenção. Ela disse que, diante das sobras de vacinas nos frascos, muitas vezes os profissionais de saúde saem pelas ruas para encontrar pessoas com o intuito de fazer a vacinação”, disse Demarchi. “Ainda em sua fala, Suzi Berbert afirmou que a orientação é para que a ‘xepa’ seja utilizada em pessoas acima de 60 anos ou que tenham alguma comorbidade, mas pode ocorrer que pessoas a partir dos 18 anos tenham sido vacinadas nesta situação”, acrescentou.

O parlamentar destaca que a utilização destas sobras precisaria ocorrer de maneira mais organizada. “Com isso, profissionais de saúde não vão mais precisar sair pelas ruas à procura de pessoas, bem como a vacinação e o controle das doses poderão ocorrer de forma mais adequada”, conclui. A Fundação Municipal de Saúde terá cerca de 15 dias para responder aos questionamentos protocolados.

Lucas Calore: