Antonio Archangelo
Com a nova eleição da Mesa Diretora da Câmara, o Jornal Cidade conversou com o o atual presidente Agnelo Matos (PT) e o sucessor João Zaine. Confira:
JC: Sabendo que o legislativo é o poder mais próximo do povo, qual a prioridade para 2015?
Zaine: Pelo fato do vereador ser o agente político mais próximo da população, é nele que a população encontra um veiculo, maneira, de ela se expressar e reclamar os anseios da comunidade. E muitas vezes, por uma questão cultural, o papel do Legislativo e Executivo se confundem. Os moradores procuram o legislador para reclamar do mato, buraco, e muitas vezes, com isso, o vereador acaba deixando de lado um papel mais importante. Não dá para você começar a executar e quebrar paradigmas do dia para a noite. Temos que continuar atendendo e ampliando a parte de fiscalização.
Agnelo: O Poder Legislativo é o mais democrático e emerge da população para fiscalizar. Esta muito mais próximo do legislador o povo. Interagir com outros poderes para a busca de recursos. Existe aquela coisa da situação e oposição. Quem é da oposição muitas vezes radicaliza a fiscalização. Quem é do governo é mais racional, como bem colocou o governador Geraldo Alckmin. Muitas vezes você formata ali, mas quem ira dar a palavra final é o Executivo. Como por exemplo, a lei mais antiga da questão animal, em Rio Claro foi de minha autoria e não foi fácil em 2007. Conseguimos aprovar, mas não foi implantado. A lei foi uma lei valida, mas não consegui naquela oportunidade usufruir, sabendo de meu papel. E este assunto foi ampliado e agora na Reforma conseguimos, por exemplo, criar uma diretoria. Então aquela lei lá de trás vai ser melhorada. Não adianta fazer lei e não aplicá-la.
JC: Essa disfunção do Legislativo é culpa dos vereadores? Mesmo sabendo que os que não fazem o clientelismo correm risco de não se reeleger?
Agnelo: Isso que falo. Nesta questão, temos essa perspectiva. O povo é muito bom para gente.
Zaine: O povo é soberano. A escolha dele, a escolha é nossa como eleitores. Colhemos frutos pelos acertos e pelos erros. Cabe a população julgar cada um dos eleitos. Eu pessoalmente sou contra reeleição, favor de um mandato mais longo, eleição unificada, não dá mais para aguentar eleição de dois em dois anos. E até que se estudar, uma maneira de renovação do próprio legislativo.
JC: Qual a justificativa para a aprovação de mais uma reforma administrativa da Câmara de Rio Claro?
Agnelo: Nós criamos nestes dois anos, um conceito de que todos devem trabalhar. Essa reforma que nos fizemos, teremos a parte de assessoramento e isso o parlamentar tem que ter. Temos agora que implementa – lá.
Zaine: Não importa da onde veio, temos uma equipe e vamos fazer funcionar. A reforma foi pensada para ela seja duradora. Que seja sólida. A questão é de gestão, não se é concursado ou de confiança. Precisamos saber se eles cumprem suas tarefas
JC: Mas quando você assumiu, nos bastidores se falou muito que o legislativo estava travado,cheio de efetivos ligados a outro grupo político?
Agnelo: Tem uma investigação que esta correndo em segredo da Justiça, no tempo da Justiça. Tirar todo mundo? Tomamos por opção, para fazer um bom ambiente de trabalho, não dispensar. Não estabelecer disputa. Quem assumiu neste concurso serão estáveis no próximo ano. Quando assumimos, sabíamos isso. Não iríamos fazer uma fogueira, e sim tratar todos de maneiras iguais.
JC: Mas se falando de gestão, o uso das gratificações de 40% e 60% não é uma forma de criar uma casta? Uma forma das velhas práticas na Câmara?
Agnelo: 40% é referente dos servidores que participam das sessões. Os 60% é dedicação exclusiva. Tem muito efetivo que tem. Quando assumi estava passando do teto. Com a Reforma a incorporação dos adicionais ocorrerá em cinco anos e em 10 anos aos que entrarem. O que não dá era ficar como estava onde você incorporava os 60% em um ano, por isso mudamos. Para o bom servidor o que muda nisso?
Zaine: Quando você faz isso você não esta retirando. A dedicação é para alguns. Para os que forem necessários. Tenho que trabalhar a partir do momento que assumir a gestão. A reforma continua contemplando através da necessidade e da competência do funcionário.