Diretores da Ancine durante anúncio de investimentos para produção de cinema e televisão

Fabíola Cunha

Diretores da Ancine durante anúncio de investimentos para produção de cinema e televisão
Diretores da Ancine durante anúncio de investimentos para produção de cinema e televisão

A partir de 1º de janeiro passa a valer o acordo assinado neste mês entre a Ancine e as empresas exibidoras e distribuidoras de cinema, definindo limites para a exibição de um mesmo filme em múltiplas salas dos complexos de exibição do país.

Segundo nota divulgada pela Ancine, o acordo é resultado de “discussões amadurecidas durante a câmara técnica instalada pela agência para avaliar o processo de digitalização e seu impacto na distribuição de longas-metragens no mercado brasileiro. O maior favorecido pela medida é o espectador brasileiro, pois a medida garante diversidade de títulos e preserva a liberdade de escolha do público”.

O cineasta João Paulo Miranda, do Grupo Kino-Olho, aponta que este acordo é similar a um existente na França, país referência em proteção da produção própria cinematográfica: “Vejo como uma atitude que respeita o próprio público, pois limita estas estreias de blockbusters, nas quais a grande maioria das salas acaba exibindo do mesmo, havendo poucas opções de escolhas”, analisa.

O acordo estabelece limites a serem observados para a exibição de um mesmo título em complexos com mais de três salas. Nos complexos com 3 a 6 salas, um mesmo filme poderá ser exibido em até duas salas; nos complexos de 7 e 8 salas, o limite é de 2,5 salas; para os complexos que possuam entre 9 e 11 salas, um mesmo filme pode ocupar até 3 delas; em complexos de 12 a 14 salas, até 4 poderão ser ocupadas por um mesmo título; e os complexos entre 15 e 18 salas podem exibir um mesmo longa-metragem em até 5 de suas salas.

O documento traz ainda outro compromisso assumido por parte das empresas distribuidoras. Elas asseguram que irão disponibilizar cópias digitais de seus filmes para os complexos que as demandarem, o que deve garantir que os grandes lançamentos cheguem a mais pontos de exibição. Segundo Miranda, isso visa facilitar a distribuição dos “pacotes de exibição digital”, que podem diminuir os custos de produção e distribuição, substituindo a película 35 mm.

“A grande maioria dos cinemas já possui este sistema, como em Rio Claro, que tem sua maior sala de cinema neste sistema no Shopping Center. Outros espaços, como Cinematecas e Cineclubes, estão avançando nesta área, mas infelizmente este sistema ainda não é barato para o exibidor, mesmo com todo apoio da Ancine e planos de financiamento via BNDES. Portanto, para os produtores e distribuidores é uma medida ótima, mas infelizmente os cinemas pequenos ainda não possuem este sistema por causa de alto custo do equipamento, havendo a única forma de exibir numa qualidade inferior de imagem e de som”, explica.

O termo de compromisso já foi assinado por 23 exibidoras e 6 distribuidoras brasileiras. São elas: Grupo Kinoplex Severiano Ribeiro, Cinépolis Operadora de Cinemas do Brasil, Cinemark Brasil, Grupo Espaço de Cinema, Cineflix Cinemas, United Cinemas Internacional Brasil (UCI), Rede Cinesystem, Arcoplex Cinemas (responsável pelo cinema do Shopping Rio Claro), Lui Cinematográfica, Centerplex Cinemas, Moviecom Cinemas, Rede Cine Show, Rede Cineart Multiplex, Rede Cinemaxx, Sindicato das Empresas Exibidoras do Rio de Janeiro, Rede Moviemax, GNC Cinemas, Grupo Estação, Lumière Cinema, Cineart Café, CineSercla, Grupo Cine Cinemas, Playarte Cinemas, Cine Caixa Belas Artes, Pandora Filmes, Paris Filmes, H20 Films, Downtown Filmes e Imagem Filmes.

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