Antonio Archangelo
O início do ano tem preocupado especialistas em relação à economia brasileira e os reflexos já podem ser contabilizados em Rio Claro. Se, no ano passado, a indústria local contabilizou uma redução de aproximadamente 2.200 postos de trabalho industriais, de acordo com relatório da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), este ano o cenário é mais pessimista. Logo no início do ano, muitas indústrias “decretaram” férias coletivas e têm deixado trabalhares intranquilos.
Além de indústrias do setor metalúrgico, que não tiveram os nomes revelados, o procedimento para reduzir custos com pagamento de salários atinge outros setores, como o de linha branca, entre elas a Whirlpool.
De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, “a Whirlpool Latin America informa que concedeu férias coletivas aos funcionários das linhas de operação das manufaturas, no período de 9 a 23 de fevereiro, e das áreas administrativas, de 11 a 23 de fevereiro, nas unidades de Rio Claro (SP), Joinville (SC) e São Paulo (SP). A medida foi adotada para equilibrar o volume de produtos em estoque à demanda de mercado. Os departamentos de vendas, faturamento, atendimento ao consumidor e logística permanecem operando com equipe reduzida durante o período de férias coletivas”, avisa.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Material, Químicas e Farmacêuticas de Rio Claro e região, Francisco Quintino, existe uma mobilização para se fazer o enfrentamento contra as medidas anunciadas pelo governo federal, entre elas a mudança em direitos trabalhistas.
“Já sentimos algum impacto, não como no setor automobilístico ou de linha branca. Estamos engajados e preocupados com a recessão econômica e, principalmente, na garantia de direitos do trabalhador”, disse o sindicalista à reportagem do Jornal Cidade.
A assessoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Limeira, Rio Claro e região confirma que “algumas indústrias de Rio Claro estão dando férias coletivas”, não informando quais. O Jornal Cidade não obteve êxito de contato com o dirigente sindical Milton Suenson para comentar a situação. Cabe lembrar que, no início do ano, o diretor regional do Ciesp e Fiesp, Assed Bittar Filho, disse que os índices podem ser piores.
“Se pegarmos todos os níveis de desemprego na indústria de todo o Estado de São Paulo, fomos a que teve um menor nível de desemprego, porém nos preocupa, já que é um índice crescente, em todas as regionais. Em 2015 teremos uma situação pior. O índice de desemprego crescerá. Se você analisar, quase todos os segmentos estão registrando perda de postos de trabalho. A causa todo mundo sabe: juros altos, inflação, carga tributária abusiva, isso só piora no país. A nossa esperança é esta nova equipe econômica anunciada pela presidente Dilma, que deve aplicar remédio amargo, mas que trará credibilidade para que o empresário volte a investir, e o mercado externo também”, comentou.