LAURA CASTANHO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) 

Um orçamentista de 72 anos, que havia contraído o novo coronavírus, morreu ontem(25), quatro dias após ser liberado do hospital sob a justificativa de não apresentar sintomas graves.
Vitorio Negri Neto sentiu os primeiros sintomas da doença, similares aos de uma gripe forte, na quarta-feira (18). No dia seguinte, foi internado no hospital Vitória da Anália Franco, na zona leste de São Paulo.
O exame que confirmou o resultado positivo para Covid-19 saiu nesta segunda-feira (23), mas o paciente já havia tido alta no fim de semana por não ter nenhuma doença crônica (que aumenta o risco de morte de quem tem a infecção), por sua febre ter cessado e por não ter sentido falta de ar.
Na noite de terça-feira (24), a esposa de Negri Neto disse à família que o marido estava bem. Às 6h da manhã seguinte, no entanto, ele acordou delirando e teve uma parada cardíaca que o matou.
O resultado da autópsia feita no mesmo dia aponta que a causa da morte foi Covid-19, segundo Francesco Palumbo, 24, neto de Vitorio.
“Foi muito, muito rápido, não deu uma semana [do primeiro sintoma]”, conta ele. “A gente não pode nem enterrar o nosso familiar direito, porque não pode fazer velório.”
A família do paciente está em quarentena por orientação médica.
Questionado pela reportagem sobre a liberação do paciente, o Hospital Vitória Anália Franco respondeu, em nota, que somente os pacientes considerados graves, que apresentem comprometimento respiratório, devem ser mantidos em internação hospitalar, e que o isolamento domiciliar é uma medida de saúde pública para as formas leves e moderadas da doença.
A nota também afirmou que recomenda-se que os pacientes voltem à unidade em caso de agravamento dos sintomas.

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