A Santa Casa de Rio Claro e o Hospital São Rafael retomaram essa semana as visitas aos pacientes internados na ala Covid.

O serviço de psicologia e o serviço de Assistência Social dos hospitais, estruturaram um protocolo exclusivo para essa retomada, a fim de garantir a segurança dos visitantes e a tranquilidade dos internados. “Dividimos em dois grupos, sendo uma parte com visitas às segundas e quartas e o outro às terças e quintas, além disso, os familiares estão recebendo os EPIs necessários como, máscara, avental e touca descartáveis para que seja assegurada a saúde de todos”, comenta Priscila Sabrina de Godoy, psicóloga e coordenadora da equipe multidisciplinar.

A retomada das visitas foi possível graças a um longo e minucioso trabalho científico elaborado pela equipe médica do hospital. Segundo o coordenador da ala covid, Dr. Marco Aurélio Mestrinel, todo trabalho realizado pela Santa Casa e São Rafael são baseados em ciência e pautados em protocolos adotados pela Sociedade Brasileira de Infectologia e que são seguidos pelos maiores e melhores hospitais particulares do país. Com isso, foi possível conhecer o vírus e adotar as medidas necessárias para manter a segurança e retomar as visitas. “Temos um trabalho sério, pautado em dados e não apenas em observação, por isso, estamos conscientes da decisão de retomar as visitas”, diz Dr. Mestrinel.

Desde o início da pandemia, quando os internados ainda não podiam mais receber seus familiares, a Santa Casa e o São Rafael adotaram uma metodologia de trabalho que informava aos familiares, diariamente, o boletim médico de cada paciente. Além disso, em dois dias da semana, o hospital disponibilizava a visita virtual. “Chamávamos a família no hospital e através de um tablet fazíamos uma chamada de vídeo para que pudessem se ver e conversar, mesmo que virtualmente, comenta Priscila. A humanização do trabalho durante o processo de isolamento dos pacientes foi fundamental para que se sentissem seguros e amparados, mesmo longe das famílias.

D. Maria Cristina Afonso Delfino, de 59 anos, internada desde 7 de agosto, lembra que apesar da saudade de casa, nunca sentiu medo ou solidão. “Digo que não são pessoas, são anjos que cuidam da gente. Estão aqui o tempo todo, conversando, cuidando, trazendo informação da família e levando notícia para eles, só tenho que agradecer por todo o cuidado que tive aqui”, comenta ela. “Eu já falei que quando tiver alta, quero levar toda a equipe comigo”, brinca.

Ao lado dela, o marido José Carlos lembra o momento em que teve que deixar a esposa no hospital. “Foi difícil, muito difícil deixar ela no hospital. Ela começou a ter desmaios em casa, procuramos o médico e achamos que fosse outra coisa. Quando disseram que era covid, por um lado sentimos alívio, porque a gente acreditava que ela poderia se curar, mas, por outro, não poder visitar foi muito doloroso para todos nós, mas, o hospital ligava todos os dias, e esse era o momento mais importante. Foi uma emoção poder vê-la de novo”, diz ele.

Para a psicóloga Heloisa Oliveira da Silva, responsável pelo atendimento dos pacientes Covid, a retomada das visitas é um marco na vida dessas pessoas. “É gratificante poder ver a felicidade dos pacientes ao reencontrarem o seu familiar depois de um longo período de internação, todos nos emocionamos com esse momento”

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