ALEXANDRE ARAÚJO – RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Na manhã desta terça-feira (22), Gerson, volante do Flamengo, prestou depoimento na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI), no Centro do Rio de Janeiro. No último domingo, o jogador relatou ter sido vítima de injúria racial por parte de Ramírez, do Bahia, e o caso está sendo investigado.
Segundo o camisa 8 rubro-negro, durante uma discussão no segundo tempo da partida, o meia do Tricolor baiano falou “cala a boca, negro”.
Outras pessoas, como o próprio Ramírez e o técnico Mano Menezes, também devem ser ouvidas pela polícia, por carta precatória. O treinador foi demitido pouco depois do apito final, mas, segundo Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, por conta dos “maus resultados”.
“Estou aqui na delegacia, vim falar sobre o ocorrido. Quero deixar bem claro que não vim aqui só para falar por mim, mas também para falar por minha filha, que é negra, meus sobrinhos, que são negros, meu pai, minha mãe, amigos também, e a todos os negros que têm no mundo. Sobre o fato que aconteceu, hoje, graças a Deus, tenho um status de jogador de futebol, onde tenho voz ativa para poder falar e dar força para outras pessoas que sofrem de racismo ou outro tipo de preconceito”, declarou Gérson em vídeo divulgado pelo Flamengo.
Gerson chegou ao local pouco antes das 10h, hora marcada para o depoimento. Rodrigo Dunshee, vice-presidente Geral e Jurídico do Flamengo, e Rômulo Holanda, advogado do jogador, estiveram no local e acompanharam o camisa 8. De acordo com a DECRADI, vídeos e áudios foram entregues pelo dirigente e encaminhados à perícia.
“O Flamengo está aqui, junto do Gerson, assim como está sempre junto de todos os atletas do Flamengo apoiando esse momento. O Gerson cumpriu seu papel de cidadão, apresentou a representação e agora a questão está entregue à Justiça, e esperamos que a Justiça seja feita”, disse Dunshee.
Ele deixou o local sem se pronunciar – o que foi feito através das redes sociais do Rubro-Negro.