BRUNA NARCIZO – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Açougues e distribuidores de carne organizaram uma manifestação nesta quarta-feira (27) contra a mudança na cobrança do do ICMS para carnes bovinas, suínas e de aves para micro e pequenos açougues e supermercados.
A organização afirma que cerca de 1.200 caminhões participaram do ato, que foi marcado para às 6h no estádio do Pacaembu. Cerca de 600 veículos de pequeno porte foram até a Secretaria da Fazenda do estado e o restante foi até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual.
No dia 15 de janeiro, o governo João Doria (PSDB) manteve os decretos publicados no passado e não revogou a mudança na cobrança de ICMS para as carnes.
Com isso, somente as negociações feitas com grandes redes manterão a redução na base de cálculo do imposto estadual que resulta em uma alíquota de 7%. Decreto publicado em outubro de 2020 e que começou a vigorar no dia 15 excluiu dessa redução as empresas do Simples Nacional.
“Só queremos uma reunião com a comissão organizadora para a gente tentar explicar que eles estão sobretaxando a carne para o povo”, diz Paulo Camiça, distribuidor de carnes e um dos organizadores do protesto.
Camiça afirma que os manifestantes foram recebidos pela tropa de choque da Polícia Militar que estava nos arredores da sede do governo.
O senador Major Olímpio (PSL-SP) também participou do ato. “Eu que fiz os pedidos formais que a Constituição manda que sejam feitos para a polícia para não atrapalhar o trânsito. Infelizmente houve a ordem que a PM impedisse o deslocamento a pé e optamos por encerramos o ato, não nos interessa entrar em confronto com a PM”, afirmou.
O ato contra o governo Doria foi compartilhado nas redes sociais pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que atualmente trava um embate político com o governador paulista, potencial adversário em 2022.
“Eles vão fazer isso porque qualquer coisa que seja negativa para o Doria, vai ser um motivo para eles trabalharem forte nisso. Não fiz isso para agradar os filhos do presidente, muito menos o presidente”, diz o senador, que rompeu com Bolsonaro em 2019 e já discutiu publicamente com os filhos do presidente.