Talita Ramos Provinciato, 31 anos, e o recém-nascido João Guilherme Provinciato Oliveira, são a prova da esperança neste momento de pandemia. Ainda grávida, com 32 semanas de gestação, ela apresentou sintomas da Covid-19, que foi confirmada por meio de exames no hospital Medical Hapvida, em Limeira. Ela precisou ser intubada, foi submetida a um parto de emergência e, quase um mês depois, conheceu o filho. O momento emocionante foi registrado.
Talita foi internada no dia 22 de junho. Entre os sintomas, falta de ar, conta o marido, Guilherme Santos Oliveira, 31 anos. Os exames mostravam 50% de comprometimento dos pulmões.
Luiz Pedro Prada Neto, cardiologista e coordenador da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Medical Hapvida, conta que em caso de gestantes, sempre a primeira tentativa é realizar o tratamento sem interromper a gravidez, “mas se evoluir mal, é preciso considerar a intervenção cirúrgica, como aconteceu neste caso”, conta.
Com a piora do quadro de saúde, Talita foi intubada e o parto antecipado. Foi realizada cesariana no dia 25 e o bebê encaminhado para os cuidados necessários. “Ele foi um guerreiro. Ficou 20 dias internado, mas já está em casa com todos os cuidados e o suporte fundamentel da família”, conta o pai.
Talita teve de permanecer na UTI. Ela ficou sob cuidados intensivos, intubada, por 18 dias. Antes que fosse necessária a traqueostomia, foi possível a extubação. Ela teve alta da UTI e ainda se recupera na enfermaria.
“A paciente não teve nenhuma sequela neurológica. Tanto que assim que despertou, perguntou pelo filho”, lembra dr. Luiz Pedro.
Na última terça-feira (13), Talita foi informada com antecedência de que iria para a enfermaria e poderia conhecer o filho. “Chorei demais. Quando vi que ela estava saindo no corredor para conhecer nosso filho, foi lindo. Ela estava com receio de carregá-lo, mas falou: ‘Mamãe está aqui. Logo vou para casa. Mamãe te ama muito'”, reproduz Guilherme.
O coordenador da UTI da Medical Hapvida diz que este é um dos casos em que é possível enxergar luz. “É uma história para contemplarmos a esperança. A realidade de que dias melhores estão próximos é sustentada com a ampliação da vacinação. Precisamos enxergar este caso como um dos que poderão acontecer com maior frequência, mas é necessário ainda manter todos os cuidados. Não é hora de baixar a guarda”, alerta o médico.
O pai sabe bem da importância destes cuidados. Não se aproxima do filho sem antes se higienizar e usar a máscara. “Ele não recebe visitas e está apenas sob os cuidados das pessoas que precisamos para nos dar suporte”.
Guilherme ainda contou que Talita se recupera bem, tem feito exercícios para melhorar os movimentos e a expectativa é que muito em breve ela receba alta hospitalar e volte para casa com a família.